«Economia de Francisco»: «Tem de haver uma inversão de prioridades e os jovens têm o seu papel» – padre Vilson Groh

«Responsabilidade socioecológica: olhar global, ações territoriais» foi tema de debate e reflexão com jovens a falar português

Lisboa, 20 nov 2020 (Ecclesia) – O debate desta sexta-feira, no encontro internacional “Economia de Francisco”, sobre a “responsabilidade socioecológica: olhar global, ações territoriais”, os jovens assumem um papel preponderante no futuro onde se espera “inverter as prioridades”.

“A Fraternidade universal, como diz o Papa Francisco na Fratelli Tutii, tem de ser construída ainda, tem de haver uma inversão de prioridades e os jovens têm o seu papel”, afirmou o padre Vilson Groh.

Em tempo de pandemia, o sacerdote que trabalha com os pobres da favela de Florianópolis, no sul do Brasil, destacou a necessidade de “articular os espaços campo e cidade” e respondeu a várias questões dos jovens intervenientes, desde a visão do bem comum às novas lutas de economia”.

O padre Vilson Groh destacou o papel das Casas de Francisco, dando como exemplo “ecumenismo e diálogo interreligioso”, comparando-as às “comunidades de base” e desejando abrir novas casas.

“As casas de Francisco deveriam ser como a comunidades eclesiais de base, porque estas cumprem papel de ecumenismo e diálogo inter-religioso, têm de se espalhar como luz e legado para a juventude; esse será uma grande legado deste encontro, um sonho que temos de levar para a frente para construir novas economias”, apontou. 

Neste debate com jovens brasileiros marcou presença Leonardo Boff, antigo religioso franciscano, que hoje se apresenta como “ecoteólogo”, filósofo e autor e os jovens foram dirigindo as suas dúvidas e questões aos dois oradores. 

O convidado elogiou o “novo paradigma” proposto pelo Papa na sua encíclica ‘Fratelli Tutti’, com rejeição dos sistema económico vigente e a ideia de um “projeto para todos”, que permita “habitar a casa comum” com uma perspetiva de amor e de cuidado.

A redução das horas de trabalho como “instrumento importante de reconversão ecológica” foi uma das questões, bem como as desigualdades sociais e a “guerra urbana” que o Brasil vive, na “violência que atravessa a realidades das pessoas que vivem nas periferias”. 

A Santa Sé realça que, até sábado, “jovens, economistas, empresários e ativistas de todo o mundo são convidados a refletir juntos para assinar um pacto intergeracional que visa mudar a economia atual e dar uma alma à economia do amanhã, para que esta seja mais justa, inclusiva e sustentável”.

SN/OC

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