Ecologia: «Não podemos ficar paralisados, tem que ter solução, é a existência do planeta e da humanidade que pode estar em risco», alerta Associação R3C

Juan Ambrósio liga os temas da «esperança» da Semana Laudato Si e do Ano Santo de 2025, afirmando que «é o tempo da ação»

Lisboa, 29 mai 2023 (Ecclesia) – Juan Ambrósio, da Associação R3C – Rede Cuidar da Casa Comum, alerta que “a própria existência do planeta e da humanidade pode estar em risco”, com a crise climática.

“Não podemos é ficar paralisados, no sentido de dizer isto não tem solução, tem que ter solução, é a própria existência do planeta e da humanidade que pode estar em risco, pelo menos como nós a entendemos”, disse o vice-presidente da R3C, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Após a ‘Semana Laudato Si’ 2023, que se concluiu este domingo, com o tema ‘Esperança para a terra, esperança para a humanidade’, assinalou o oitavo ano da publicação da encíclica do Papa Francisco sobre a ecologia integral, Juan Ambrósio destacou como “nota positiva” a esperança no meio de discursos que “tendem a ser catastrofistas”.

“É verdade que temos que chamar a atenção clara para os perigos, é verdade que já não é o tempo simplesmente da reflexão, é o tempo da ação e, porventura, nalguns casos já vamos tarde, mas ainda é possível. Não podemos ficar simplesmente centrados no anúncio da catástrofe porque ela pode esmagar-nos”, desenvolveu.

O vice-presidente da Associação R3C – Rede Cuidar da Casa Comum sublinha que o sinal da esperança “é muito positivo”, e tem de ser uma esperança ativa, a “esperança cristã que faz acontecer aquilo em que acredita”.

O entrevistado liga a reflexão a outra dimensão, ao Ano Santo de 2025, o 27.º Jubileu ordinário da história da Igreja, que tem como tema ‘Peregrinos da esperança’: “É agora o tempo de agirmos, a esperança é se juntos soubermos lidar com os desafios que nos apresentam, enquanto humanidade conseguiremos lidar com esses desafios”.

Juan Ambrósio realça que não se pode esperar por 2025 para ser “tempo de agir”, é uma data simbólica em que se diz, “agora as coisas têm mesmo que ser mesmo diferentes”, tal como no atual caminho sinodal, as diversas comunidades locais e as Igrejas locais “não podem estar à espera de 2024 para fazer o que já detetaram” na fase diocesana.

No âmbito da Semana ‘Laudato Si’ 2023, que celebrou os oito anos da encíclica do Papa com o mesmo nome, uma das sugestões foi a exibição do “muito interessante” documentário ‘A Carta’, e foi publicada a mensagem do Papa para a celebração anual do ‘Tempo da Criação’ – 1 de setembro, Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, a 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis -, onde Francisco alertou para a “guerra sem sentido” contra o ambiente, com particular preocupação para a destruição dos recursos hídricos.

A Rede Cuidar da Casa Comum, constituída juridicamente como Associação R3C, a 8 de julho de 2022, nasceu na sequência da Encíclica Laudato Si’, após reflexão, promovida por um conjunto de instituições e movimentos da Igreja Católica e de outras Igrejas cristãs em Portugal, para sensibilizar a população para os problemas ecológicos.

Juan Ambrósio explica que do ponto de vista da identidade cristã, o “cuidado da casa comum é nota importante, é elemento que não pode faltar”, e, no caso da Rede, querem tanto a nível de Igreja, como do diálogo com a sociedade civil, “assumir-se como interlocutor, parceiro de diálogo, promotor destas questões”.

“Esta é uma questão a que as comunidades cristãs e os cristãos de um modo geral estão atentos, acham que é importante e vão começando claramente a incorporar nas suas práticas, nas suas preocupações; A Igreja tem que se renovar para cuidar do mundo, para cuidar da casa comum, para cuidar do planeta, para cuidar da história, para cuidar da humanidade e só é possível se o fizermos todos juntos”, concluiu o vice-presidente da R3C, em entrevista ao Programa ECCLESIA, transmitida hoje na RTP2.

PR/CB/OC

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