O presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, Cardeal Javier Lozano Barragán, voltou a falar do documento sobre a SIDA que o seu Dicastério está a preparar. Em entrevista concedida ao jornal italiano “Corriere della Sera”, o Cardeal mexicano explicou que o documento, de 400 páginas, se encontra em fase de revisão por parte de especialistas médicos, científicos, pastorais e morais. “A nossa tarefa é expor a doutrina da Igreja sobre este mal, como pode ser curado, o que está a fazer a Igreja, como se previne e como ajudar o doente”, disse o Cardeal Barragán. O membro da Cúria Romana lembrou que mais de 27 por cento dos centros que se ocupam dos seropositivos são católicos. O documento, segundo revelou o Cardeal, incluirá textos, ilustrações e tabelas sobre o vírus, a doença e a prevenção. Relativamente à questão do preservativo, não há novidades prometidas: o ensinamento da Igreja é que este não é um método legítimo para prevenir a gravidez, e que sua apresentação como meio para um “sexo seguro”, especialmente no caso da SIDA, é enganosa e perigosa para combater a difusão da epidemia. Os meios de Comunicação Social deram eco, em finais de Abril, a uma entrevista do mesmo Cardeal Javier Lozano Barragán, em que o membro da Cúria Romana falava do trabalho de uma comissão científica e teológica a respeito do uso do preservativo e da prevenção da SIDA. Falando à Rádio Vaticano, no dia 25 de Abril, o Cardeal precisou que se estava a referir, apenas, a um “estudo”, que seguiria os canais habituais no Vaticano, até ao Papa, que decidirá como utilizá-lo. A Rádio Vaticano assinala, agora, que o único ponto até agora não foi abordado no volumoso texto elaborado pelo Cardeal Barragán é a questão do uso do preservativo. Uma questão espinhosa, que estaria a ser avaliada pela Congregação para a Doutrina da Fé. “Estudamos de modo aprofundado, cada aspecto do problema, contando com a ajuda de muitos especialistas”, revelou o presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde.