Dia Mundial da Paz 2023: Papa diz que conflito na Ucrânia é uma «derrota da humanidade»

«O vírus da guerra é mais difícil de derrotar», refere Francisco, em mensagem dedicada ao mundo pós-pandemia

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 16 dez 2022 (Ecclesia) – O Papa escreve na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2023, que se celebra a 1 de janeiro de 2023, que a guerra na Ucrânia é uma “derrota” para toda a humanidade.

“Esta guerra, juntamente com todos os outros conflitos espalhados pelo globo, representa uma derrota não só para as partes diretamente envolvidas mas também para a humanidade inteira”, refere Francisco.

O texto para a celebração do primeiro dia do novo ano tem como tema ‘Ninguém pode salvar-se sozinho. Juntos, recomecemos a partir da Covid-19 para traçar sendas de paz’.

Numa reflexão dedicada ao mundo pós-pandemia, o Papa lamenta que o mundo enfrente agora “uma nova e terrível desgraça”.

“Assistimos ao aparecimento doutro flagelo – uma nova guerra – comparável em parte à Covid-19, mas pilotado por opções humanas culpáveis”, indica.

Enquanto para a Covid-19 se encontrou uma vacina, para a guerra ainda não se encontraram soluções adequadas. Com certeza, o vírus da guerra é mais difícil de derrotar do que aqueles que atingem o organismo humano, porque o primeiro não provem de fora, mas do íntimo do coração humano, corrompido pelo pecado”.

Francisco destaca que a guerra na Ucrânia “ceifa vítimas inocentes e espalha a incerteza, não só para quantos são diretamente afetados por ela, mas de forma generalizada e indiscriminada para todos, mesmo para aqueles que, a milhares de quilómetros de distância, sofrem os seus efeitos colaterais”.

Foto: Lusa/EPA

“Basta pensar nos problemas do trigo e nos preços dos combustíveis”, acrescenta.

A mensagem sustenta que as várias crises morais, sociais, políticas e económicas da humanidade estão “todas interligadas” e devem ser enfrentadas “com responsabilidade e compaixão”.

“Fere-nos o escândalo dos povos famintos. Precisamos de desenvolver, com políticas adequadas, o acolhimento e a integração, especialmente em favor dos migrantes e daqueles que vivem como descartados nas nossas sociedades”, indica o Papa.

Devemos repassar o tema da garantia da saúde pública para todos; promover ações de paz para acabar com os conflitos e as guerras que continuam a gerar vítimas e pobreza; cuidar de forma concertada da nossa casa comum e implementar medidas claras e eficazes para fazer face às alterações climáticas; combater o vírus das desigualdades e garantir o alimento e um trabalho digno para todos, apoiando quantos não têm sequer um salário mínimo e passam por grandes dificuldades”.

O Papa defende que “só a paz que nasce do amor fraterno e desinteressado” pode ajudar a “superar as crises pessoais, sociais e mundiais”.

“É juntos, na fraternidade e solidariedade, que construímos a paz, garantimos a justiça, superamos os acontecimentos mais dolorosos”, escreve.

O Dia Mundial da Paz foi instituído em 1968 por São Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia de cada ano, com uma mensagem papal.

OC

Dia Mundial da Paz 2023: «Mudar o coração», o caminho do Papa para o mundo pós-Covid

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