Dia da Mãe

Recordando um pouco da história do dia da Mãe, desde a longínqua festa da mitologia grega em honra de Rhea, a mãe dos deuses, celebrada à chegada da Primavera, passando pelo “Mothering Day” no século XVII, em que as operárias inglesas tinham folga para visitar as suas mães e as acarinharem no 4º Domº- da Quaresma, até ao tempo da americana Anne Jarvis, que ajudada pelas suas amigas a superar uma enorme depressão pela perda da sua mãe, resolve criar em 1905 uma festa em honra de todas as mães, conseguindo que o próprio Presidente Wilson a institua no 2º- domingo de Maio em 1914, assim chegamos aos nossos dias, em que ainda há pouco tempo celebrávamos o Dia da Mãe juntamente com a festa da Imaculada Conceição de Maria, Mãe de Jesus, a 8 de Dezembro, e actualmente se passou a celebrar no 1º Domingo de Maio. Embora hoje ofereçamos flores diversas às nossa Mães neste dia, foi também Anne Jarvis quem sugeriu o cravo branco como a flor – símbolo do amor maternal e das suas virtudes: a entrega abnegada, a resistência, fidelidade e pureza. Neste Domingo, certamente, uma vez mais, cada um recordará e homenageará a sua Mãe como puder, como quiser e como souber. A APFN também quer saudar todas as Mães com o carinho, admiração e respeito que merecem, sobretudo num tempo de tanta contradição em que a vida só parece ter valor e merecer ser defendida em condições inventadas pelos detentores do poder e garantidas por leis contestáveis e polémicas. A APFN vem saudar sobretudo, as Mães mais esquecidas e abandonadas, as mais carentes, idosas e doentes, Mas também as Mães de todas as idades, As sempre sorridentes, apesar de angustiadas, As sempre disponíveis, apesar de cansadas, As mais generosas, apesar de carenciadas, E as que sempre perdoam, apesar de envergonhadas e maltratadas. A elas dedicamos o belíssimo poema de Almada Negreiros( 1893-1970), que aqui recordamos: Mãe! Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que ainda não viajei! Traz tinta encarnada para escrever estas coisas! Tinta cor de sangue verdadeiro, encarnado! Eu ainda não fiz viagens E a minha cabeça não se lembra senão de viagens! Eu vou viajar. Tenho sede! Eu prometo saber viajar. Quando voltar é para subir os degraus da tua casa, um por um. Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa. Depois venho sentar-me a teu lado. Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei, tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras. Mãe! Ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado! Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa. Eu também quero ter um feitio, um feitio que sirva exatamente para a nossa casa, como a mesa. Como a mesa. Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça! Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade! APFN – Associação Portuguesa de Famílias Numerosas

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