Devolver a esperança: missão dos cristãos

Uma “Celebração da Luz” iluminou ontem a localidade de Sibiu, no centro da Románia, juntando os participantes da III Assembleia Ecuménica Europeia à volta da música, da dança e dos testemunhos pessoais. Os mais de 2500 participantes nesta iniciativa, que congrega até amanhã representantes de todas as Igrejas cristãs da Europa, foram chamados a “testemunhar o Evangelho nos nossos dias” dos mais diversos modos. O espectáculo de três horas ficou marcado pelo simbolismo da luz, com o objectivo de “devolver a esperança ao mundo de hoje, acolher os dons culturais, espirituais dos diversos povos e da várias tradições religiosas”. “Podemos aprender uns com os outros” foi, no final, a grande lição deste momento de festa, a reunião magna dos cristãos europeus que decorre sob o sinal do diálogo e da busca de novas plataformas comuns, num momento de viragem do movimento ecuménico. Este Sábado à tarde será apresentada a mensagem final da AEE, que incluirá uma declaração específica sobre os jovens, o “futuro do ecumenismo”. Esses mesmos jovens já escreveram a sua mensagem, onde é possível ler palavras-chave como unidade, testemunho, paz, justiça, migrações ou ecologia – condensando o que foi o espírito das discussões destes dias, na Roménia. Uma crítica muito dura é endereçado pelas novas gerações aos responsáveis eclesiais, pedindo que “deixem de competir entre si e comecem a viver verdadeiramente o Evangelho”, precisando que “não devemos testemunhar as dinâmicas de poder das nossas Igrejas, mas Cristo”. À imagem do que sucede no nosso país, é entre as novas gerações que o dinamismo ecuménico conhece novo desenvolvimentos, um pouco à margem das questões institucionais, teológicas, morais e pastorais que provocam grandes fracturas. A diversidade de perspectivas sobre os vários temas, dentro das Igrejas e comunidades eclesiais, fazem com que haja pontos de acordo entre os que pertencem a Igrejas diferentes, mesmo quando afastados dos que fazem parte da sua mesma comunidade. O desafio, deixado pelo próprio Bento XVI na mensagem que enviou aos participantes da AEE, passa por criar novos espaços de encontro e de “confiança recíproca”, na Europa, para superar divisões seculares e dificuldades recentes, mas cada vez mais complexas.

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