Desemprego preocupa Bispo da Guarda

D. Manuel Felício pede aos poderes públicos que adiem «projectos de investimento» em nome da justiça social D. Manuel Felício apela aos poderes constituídos que adiem “grandes projectos de investimento” em nome do combate ao desemprego que “na nossa região está dois ou três por cento acima da média nacional” e da fome. “Em nome da Justiça Social, sentimo-nos na obrigação de fazer um apelo aos poderes constituídos para que olhem para a nossa região, de facto desfavorecida e ajudem a criar respostas. Primeiro é preciso dar de comer a quem tem fome e só depois pensar naquilo que se pode dispensar ou, pelo menos, adiar”, afirmou o Bispo da Guarda na catequese quaresmal do V Domingo da Quaresma. A justiça social, refere o Bispo, foi sempre decisiva para o bem-estar dos cidadãos e das populações. Mas, na hora actual, “com a crise económica que o mundo atravessa, a justiça social exige de todos nós e das instituições uma redobrada atenção”. Os bens disponíveis têm um destino universal, frisa D. Manuel Felício. “Os seus proprietários não são donos, apenas administradores temporários. Todo aquele que possui bens tem obrigação de partilhar com os pobres. Os bens supérfluos são dos pobres”. Pede o Bispo que a cada pessoa “seja dada a porção de bens materiais de que ela precisa para viver com dignidade, mas também e sobretudo que cada uma delas participe activamente no processo da produção destes bens e nas decisões sobre a sua distribuição”. D. Manuel Felício lamenta que “apenas um número reduzido de pessoas” esteja envolvida “no exercício do direito de tomar decisões. A cada um deve ser respeitado o direito de decidir ou participar na decisão sobre aquilo que produz”, pois sempre que “uma pessoa está à margem do processo da produção ou lhe é negado o direito de decidir sobre o resultado do seu trabalho tem de ser considerado um excluído ou marginal e neste último caso um espoliado ou roubado. Todos sabemos que a exclusão e a marginalidade constituem uma das maiores pragas da nossa sociedade, na hora actual”. “A justiça social obriga-nos a todos a levar a sério a dignidade de cada pessoa e seus direitos. Lembra-nos o destino universal dos bens e a obrigação da solidariedade universal que lhe está ligada”. Sublinha D. Manuel Felício o primado “do bem comum sobre os interesses particulares de pessoas e grupos” e a “opção preferencial pelos pobres”. “Aos cidadãos em geral, individualmente e em grupos, e principalmente aos poderes constituídos pede-se-lhes esforço conjugado de luta contra a pobreza. Aos cidadãos e às associações de cidadãos pede-se-lhes que participem activamente”. O Bispo da Guarda pede aos poderes constituídos que exerçam a justiça social “não só intervindo na equitativa distribuição dos bens, mas principalmente criando condições para que deixe de haver cidadãos de primeira e cidadãos de 2ª, para que não haja grupos humanos excluídos nem regiões que, por falta de condições objectivas, são sempre os parentes pobres, com níveis de pobreza acima de média”. Notícias relacionadas Catequese quaresmal do Bispo da Guarda

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