Descrédito no investimento do governo

É com descrédito que a CNIS analisa as medidas anunciadas pelo governo que prevêem um investimento de cerca de 100 milhões de euros na construção de novas 75 creches e de mais 760 salas para o sistema pré-escolar nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. O Pe. Lino Maia, Presidente da CNIS, explica à Agência ECCLESIA que o persistente problema com os ATL’s “faz-nos duvidar da legitimidade e da intenção de cooperação por parte do Estado”. A União das Misericórdias, Mutualidades e a CNIS estiveram ontem, dia 12, reunidas com o Governo onde tomaram conhecimento das medidas anunciadas hoje pelo Primeiro Ministro, José Sócrates, no debate quinzenal na Assembleia da República, dedicado ao tema dos equipamentos sociais nas áreas metropolitanas. No encontro de ontem, o Governo pediu a colaboração das IPSS no cumprimento desta medida e reconheceu que “sem a colaboração das IPSS é impossível concretizá-la”, avança o Pe. Lino Maia. As IPSS estão disponíveis para colaborar. Mas o Presidente da CNIS lembra que existem problemas a necessitar de solução. A CNIS recebeu do executivo a garantia que o problema dos ATL’s “não é um assunto encerrado e que vai ser ponderado”. O Pe. Lino Maia afirma que a medida anunciada hoje pelo governo é importante pois assegura o alargamento da rede escolar, particularmente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, embora assegure que “a necessidade é em todo o país”. A CNIS afirma recear o esquecimento do interior do país. “As áreas metropolitanas têm muita gente, precisam de um tratamento especial, mas estas medidas vão favorecendo a concentração das populações e das respostas nas zonas mais populosas”, resultando numa “desertificação crescente do interior”. O Pe. Lino Maia lembra que as IPSS no interior já dão essas respostas mas devem continuar a ser apoiadas. “Os custos no interior são diferentes dos custos nas áreas metropolitanas e o governo ainda não está a ponderar esta realidade”, aponta. O encontro mantido ontem “foi positivo, pois foi reconhecido o trabalho que se faz e a necessidade de colaboração”, adianta o Pe. Lino Maia. “O que duvido é que seja possível executar esta medida em dois anos”, afirma o Presidente da CNIS acrescentando ser prematuro anunciar que estas medidas vão ser concretizadas pois vai ainda decorrer o processo de lançamento da medida, de candidaturas, de concurso e execução de equipamentos. “Penso que é difícil ser efectivado em dois anos”. O diálogo começou ontem com o governo. O Pe. Lino Maia espera dar continuidade a esta relação agora com o Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, “para que esta tendência de desertificação seja contrariada”.

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