Descobertas no túmulo de São Paulo

Indícios apontam para a veracidade da tradição sobre o local da sepultura do Apóstolo O Vaticano promoveu esta Sexta-feira uma conferência de imprensa para explicar os trabalhos realizados no túmulo de São Paulo, que se encontra por debaixo do debaixo do altar papal.

A abertura de um pequeno orifício permitiu a introdução de um microcâmara no sarcófago, para o seu estudo. O mesmo não chegou a ser aberto, mas essa hipótese permanece ainda em aberto, para o futuro.

O Cardeal Andrea Cordero Lanza di Montezemolo, arcipreste da Basílica de São Paulo fora de muros, referiu aos jornalistas que os resultados da investigação apontam para a veracidade da tradição, que toma este local como o da sepultura do Apóstolo, cujos dois mil anos de nascimento foram celebrados em toda a Igreja no Ano Paulino.

"Esta análise deu resultados muito interessantes, que concordam na certeza de que tudo o que foi encontrado pertence a um sepulcro dos séculos I e II, o que está de acordo com a tradição de que este seja o túmulo de Paulo", disse.

O Cardeal italiano é hoje substituído no seu cargo por D. Francesco Monterisi, até agora Secretário da Congregação para os Bispos.

No passado dia 28 de Junho, Bento XVI revelou os procedimentos levados a cabo para certificar a autenticidade do sarcófago de São Paulo, que se encontra sob a basílica romana que leva o seu nome.

"Estamos aqui junto ao sepulcro do Apóstolo, cujo sarcófago, conservado sob o altar papal, foi submetido a uma atenta análise científica: no sarcófago, que nunca foi aberto em vários séculos, foi feita uma pequena abertura para introduzir uma sonda especial, e por meio dela foram identificadas partículas de um preciso tecido de linho colorido de púrpura revestido de ouro, e de um tecido azul com filamentos de linho", revelou.

Segundo o Papa, foram também encontrado "grãos de incenso vermelho, substâncias proteicas e calcárias. Além disso, pequenos fragmentos ósseos, submetidos por especialistas ao exame do carbono 14, resultam ser de uma pessoa que viveu entre o I e o II século".

Bento XVI defendeu que "isso parece confirmar a tradição unânime e incontestável que se tratam dos restos mortais do Apóstolo Paulo".

 

O túmulo

Em 2006, o Cardeal Cardeal Andrea di Montezemolo anunciava a descoberta do sarcófago, esclarecendo então que o mesmo "nunca foi aberto nem explorado", em parte devido ao facto de ter sido revestido por um bloco de betão algures entre 1838 e 1840.

Sempre existiu, até hoje, um acordo total sobre a localização do túmulo de São Paulo na Basílica romana que leva o seu nome, mas a identificação do sarcófago originário permanecia em aberto. O arqueólogo dos Museos Vaticanos, o italiano Giorgio Filippi, foi o responsável pela descoberta do sarcófago ou um "contentor de relíquias".

Os responsáveis vaticanos asseguram que o sarcófago era considerado, já em 390, como o de São Paulo. Já no fim do século II, o presbítero romano Gaio, citado por Eusébio, assinalava a existência do "tropaion" erguido como testemunho do martírio de Paulo.

As escavações decorreram entre 2002 e 22 de Setembro de 2006, permitindo trazer à luz do dia a abside da Basílica costantiniana, englobada no transepto do edifício dos três Imperadores, Teodósio, Valentiniano II e Arcádio (que ampliaram a Basílica de Constantino).

Foi aqui, debaixo do altar papal, que se deu o achado: um sarcófago com a inscrição incompleta «Paulo apostolo mart(yri)» (Paulo Apóstolo Mártir), visível desde a base do altar e ao nível da antiga basílica, construída no século IV.

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