Dehonianos: Pós-pandemia e Jornada Mundial da Juventude 2023 são desafios no futuro, diz novo provincial em Portugal

Padre João Nélio Pereira foi nomeado para o triénio 2021-2024 e novo governo inicia funções a 1 de julho

Lisboa, 22 abr 2021 (Ecclesia) – O novo provincial dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) em Portugal, padre João Nélio Pereira, afirmou hoje que a “abertura” pós-pandemia e a Jornada Mundial da Juventude 2023, em Lisboa, “têm de mexer com a vida” da congregação.

“Com a nossa forma de sermos, a nossa forma de estarmos, a nossa abertura ao mundo exterior e a forma como nos comprometemos nessa fraternidade que se quer”, referiu o religioso madeirense, em declarações à Agência ECCLESIA.

O padre João Nélio Pereira assinalou que as prioridades de ação para o próximo triénio ainda vão ser conversadas em conselho provincial, mas adianta que a pandemia Covid-19 e o “impacto que teve e está a ter” na vida das comunidades religiosas, da Igreja e das pessoas com quem trabalham “vai condicionar bastante”.

“Uma das linhas de trabalho vai ser ver o impacto que teve nas nossas comunidades que pode ter sido de fechamento, de dificuldades de relação, o confinamento traz disso, mas também ver na sociedade à nossa volta as necessidades que vão surgir a partir de agora, de pobreza, falta de trabalho. O desafio é grande a esse nível”, desenvolveu o novo provincial dos Dehonianos em Portugal.

Segundo o padre João Nélio Pereira, outro fator “determinante” no futuro é a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se vai realizar em Lisboa, no verão de 2023, e deve “envolver” os Dehonianos sobretudo no trabalho com os jovens “ligados às paróquias e outros que estão ligados à pastoral universitária”.

O “grande evento” que é a JMJ é também uma oportunidade para “redimensionar e reorganizar” a pastoral vocacional e o padre João Nélio Pereira assinala que hoje “não é um acompanhamento de massas, quase exércitos que estão em seminários menores”, mas um “tipo de acompanhamento personalizado”, em que cada um vai discernindo a sua vocação que “pode ser à vida religiosa ou pode ser outra”.

O sacerdote assinala que têm “consciência” que não vão voltar a ter seminários “com muitos seminaristas”, e recorda que a administração provincial que está a terminar o mandato já começou a “dar algumas respostas” às estruturas da província, que “começavam a ser um peso económico” e também “um peso emocional”.

Neste âmbito, exemplificou que alugaram uma parte do Seminário Padre Dehon, em Gondomar, a uma empresa de formação e emprego; em Coimbra vai ser promovida uma parceria, com a Santa Casa da Misericórdia; em Aveiro há “respostas sociais ligadas à Cáritas Diocesana”.

“Não temos os edifícios parados, mas vamos encontrando em cada tempo e em cada situação formas de readaptar esses espaços para coisas que sejam necessárias”, realça.

A nomeação do novo provincial dos Dehonianos em Portugal, pelo superior geral dos Sacerdotes do Coração de Jesus, padre Carlos Luis Suárez Codorniú, foi conhecida esta terça-feira.

“Recebo a nomeação com alegria, porque é um sinal de confiança dos confrades e do superior geral, por outro lado com sentimento de uma certa tristeza, porque estava a iniciar um trabalho paroquial na Diocese do Porto, em Sobrosa e Besteiros. Com a Covid estiveram muito paradas e agora estávamos a retomar e com bom ritmo”, partilha.

O novo Governo Provincial dos Dehonianos em Portugal, para o triénio 2021-2024, inicia funções a 1 de Julho de 2021.

O padre João Nélio Simões Pereira vai ter como  conselheiros provinciais os padres Armando Baptista da Silva, Paulo Jorge Moreira Coelho, José Domingos Moreira da Costa Ferreira e Roberto Viana Soares.

CB/OC

 Com 43 anos de idade, o padre João Nélio Simões Pereira é religioso dehoniano desde 21 de setembro de 1996 e foi ordenado sacerdote a 24 de julho de 2004, na Sé do Funchal, por D. Teodoro de Faria.

O entrevistado recorda que esteve sempre em seminários e era “pároco há quase dois anos”, uma “experiência enriquecedora” e importante pelas dificuldades e pelo contacto com as pessoas, “com a vida concreta das famílias, das crianças, dos jovens, dos idosos, dos doentes”.

O religioso madeirense destacou também que é proveniente de uma família de “sete irmãos” e essa experiência também ajudou a preparar para uma vida em comunidade, para “o empenhamento na sociedade, nas tarefas, dá um bocadinho o sentido da fraternidade”.

 

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Agência ECCLESIA

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