«Defesa» de D. António Ferreira Gomes em livro

Fundação Spes apresenta a «outra face da situação e dos factos do caso do Bispo do Porto», com mais de uma centena de documentos A Fundação Spes apresenta esta Quinta-feira, no Porto, o "Provas. A outra face da situação e dos factos do caso do Bispo do Porto", de D. António Ferreira Gomes. A obra traz ao público uma série de textos, muitos deles inéditos, do antigo Bispo do Porto, nos 50 anos do envio do Pró-memória a Salazar.
Na introdução da obra, o presidente da Fundação Spes, D. Carlos Azevedo, refere que “ao atribuir o título de «Provas» a este conjunto de documentos, o Bispo oferecia a relação entre o que narrava nas «Cartas ao Papa» sobre o seu caso e os factos referidos nas fontes. Para quem se sentia julgado havia provas em defesa da verdade”.
Este volume de documentos foi reunido entre 1952 e 1982 para publicação futura pelo próprio prelado que “pôs em causa as bases do regime do Estado Novo”.
Para D. Carlos Azevedo, “personalidades tão controversas como D. António adquirem mais rigorosa objectividade quando relemos os documentos das várias partes em causa e nos obrigamos a uma análise mais rente aos factos”.
No livro, estão reunidas conferências, textos, reflexões pessoais do prelado, decisões eclesiásticas, decretos e cartas enviadas a outras entidades num total de mais de uma centena de documentos.
Com mais de 250 páginas, a obra traz à luz do dia uma troca de correspondência entre o bispo do Porto e várias personalidades eclesiais, de prelados portugueses ao Papa Paulo VI. Neste género epistolar destacam-se as missivas trocadas entre D. Manuel Gonçalves Cerejeira e D. António Ferreira Gomes e vice-versa. “Fundamental é perceber, agora, como algumas questões permanecem no centro do discernimento dos actuais pastores. Como respeitar a diversidade de modos de responder aos problemas, sem perder a unidade?” – lê-se na introdução.
Para o actual presidente da Fundação Spes, há no “caso” de D. António Ferreira Gomes “um jogo entre agitação política e divisão religiosa, entre questão de Governo e assunto de Igreja”.
“A oscilação entre razões de ordem política e explicações eclesiásticas para justificar o afastamento, remoção ou regresso do Bispo do Porto revela quanto a interpretação é essencial como chave para, verificados os mesmos factos, retirar deduções díspares”, acrescenta.
No final da introdução, D. Carlos Azevedo – foi indicado para Director Espiritual do Seminário Maior do Porto por D. António Ferreira Gomes – indica que “é de pé, perante os factos e documentos, que importa encarar os dados aqui lançados”. Para auxiliar a leitura da obra, a introdução apresenta uma cronologia de dados relacionados com D. António Ferreira Gomes entre os anos de 1952 e 1964.

Dossier AE
• D. António Ferreira Gomes

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