Defesa da família marca intervenções dos Bispos

A defesa da “autêntica Família”, como referiu este Domingo o Bispo de Viseu, marcou várias das intervenções que os Bispos portugueses realizaram nas celebrações da época de Natal.

Na festa da Sagrada Família, D. Ilídio Leandro disse que a família não “pode deixar de requerer” a “unidade de um homem e de uma mulher”, “apesar de todas as mudanças e alterações de modelos”, numa referência indirecta ao projecto de lei que visa legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Segundo o Bispo de Viseu, fora das suas “concepções fundamentais”, a família “não poderá ser a célula fundamental, nem poderá cumprir o seu plano de instituição estruturante, na concepção da Pessoa humana, da Sociedade e da Igreja”.

“O Estado, a Escola, a Igreja e outras instituições intermédias, todas devem compreender e viver uma acção subsidiária para com a Família, não a privando de condições essenciais e de investimentos possíveis para que ela possa realizar-se na sua identidade, na sua missão e nos seus fins”, disse, na sua homilia.

Já o Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, escreveu às famílias da sua Diocese, afirmando que são “um bem essencial e um tesouro inestimável que está muito na nossa preocupação”.

“Ao homem e à mulher que procuram resposta para os problemas da vida matrimonial e familiar, são oferecidas visões e propostas sedutoras que comprometem a verdade e a dignidade da pessoa e a sua liberdade e capacidade de julgar com objectividade”, escreve.

Este responsável, vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), convida a não ficar “inertes aos desvios e ataques à dignidade humana e aos autênticos valores familiares”.

Já no dia de Natal, D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, alertou para a importância de não resolver “mal e depressa as questões fundamentais, da vida à família, da sociedade à cultura”.

“Sobre simples desejos, dispersos afectos e disposições de momento não progrediremos como humanidade consciente e responsável, nem como liberdade consistente e racionalidade segura”, apontou.

Nesse mesmo dia, D. Ilídio Leandro apontava o dedo aos “atentados” à “vida, ao amor e à família”.

“Há sempre o perigo de quererem estragar o Natal, de querem matar o Menino, de desvirtuarem o Seu crescimento com uma educação ideologicamente orientada e de lhe tirarem a sua família, como o seu lugar natural de nascimento, educação e desenvolvimento”, lamentava.

Também o Bispo do Funchal lembrou a situação das famílias no dia de Natal: “Confio à Sagrada Família de Nazaré, Jesus Maria e José, os graves problemas e sofrimentos das nossas famílias, feridas pelo desamor, hedonismo, separação e divórcio”.

Para o Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, “a Igreja deve concentrar-se no genuíno da sua identidade para poder dar um contributo específico que é único e importante para a construção duma sociedade nova”.

“O Natal também pode ter este significado e deve conduzir-nos a uma participação cívica que não se detêm perante as dificuldades”, disse o presidente da CEP.

D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa, afirmou por seu lado que “devemos apresentar-nos na humildade da nossa fé, que se gera certezas inabaláveis, nem sempre exclui a obscuridade e a dúvida. Temos em comum com todos os que procuram, o nosso desejo de ver a Deus, de poder contemplar o Seu rosto”.

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