Da missão ao sacerdócio

Miguel Ribeiro descobriu nas experiências missionárias uma vocação para a vida

Aos 16 anos, Miguel Ribeiro decide naturalmente entrar para os Jovens Sem Fronteiras, uma associação juvenil ligada à congregação dos missionários espiritanos. Hoje aos 33 anos é o padre Miguel Ribeiro, sacerdote espiritano há cerca de um mês e meio que em terras angolanas ouviu o sinal de que a sua vida poderia ter outro rumo.

“Olho para o meu percurso, parece que Deus me levou aos poucos, com muita lógica. Aos poucos levou-me a descobrir a minha vocação. Respeitou o meu ritmo e não teve pressa”, explica à Ecclesia o Padre Miguel Ribeiro, missionário espiritano.

Recuamos mais de 15 anos para descobrir nas vigílias e actividades dos Jovens Missionários da Consolata os primeiros sinais de identificação “com quem sofria e encontrava dificuldades na vida”.

Na sua primeira semana missionária em Portugal, através dos JSF, Miguel descobre uma igreja diferente da sua no Alentejo profundo. Mas foi em Angola que a missão se abriu para este jovem.

O medo inicial de sair do carro em Luanda não foi impeditivo para que Miguel vivesse um mês entregue ao seu trabalho na missão em Malange, Angola. A educação das crianças foi a área de trabalho do então jovem Miguel Ribeiro.

“Recordo as crianças nos postos comunitários a receber a sua ração de arroz no copo, que comiam um pouco e levavam o restante para casa, para poder partilhar com os pais”. Uma imagem de “enorme partilha em pequenas crianças” que não esquece.

Uma experiência que repetiu no ano seguinte até que decidiu passar um ano em Angola. Foi nesse projecto mais longo que os seus planos de vida mudam ao confrontar-se com histórias de acolhimento aos missionários.

“Ouvi histórias de pessoas que caminhavam vários dias para ir ao encontro de um sacerdote, para se confessar ou casar”. O gosto pela missão, a vivência em comunidade e “o apelo de um povo que clama pelo seu missionário que é a presença de Deus naquele local” começou a inquietá-lo, levando Miguel a um processo de discernimento vocacional.

Anos depois, Miguel Ribeiro foi ordenado. Hoje, afirma, é sacerdote para a Eucaristia, respondendo à vocação para que foi chamado. Actualmente em Portugal, Miguel espera um dia, “se Deus quiser, ir para um local onde faltem sacerdotes”, afirma.

Às experiências missionárias vai ainda hoje buscar o sentido da Igreja universal – “o viver juntos e trabalharmos juntos, sendo co-responsáveis pelo anúncio”.

Estas e outras histórias missionárias podem ser ouvidas no programa Ecclesia na Antena 1, às 22h45.

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