D. Manuel Quintas pediu aos sacerdotes algarvios frutos do Ano Sacerdotal

Por sugestão do Cabido Catedralício, a Diocese do Algarve celebrou a 29 de Junho, dia em que a Igreja celebra a solenidade de São Pedro e São Paulo, o encerramento do Ano Sacerdotal convocado pelo Papa Bento XVI, de 19 de Junho de 2009 a 11 de Junho deste ano, para assinalar o 150.º aniversário da morte do Santo Cura d’Ars, João Maria Vianney (1786-1859), patrono de todos os párocos do mundo.

O encerramento do Ano Sacerdotal no Algarve, que foi já concluído pelo Papa no passado dia 11 de Junho, naquela que foi a celebração eucarística com o maior número de concelebrantes da história de Roma – mais de 15 mil padres de todo o mundo –, teve início com um encontro no Carmelo do Patacão (Faro) por se associar também à celebração do Dia Diocesano do Clero algarvio.

Os sacerdotes algarvios uniram-se àquela comunidade religiosa por reconhecerem o seu contributo, através da oração, não só para o surgimento de novas vocações na diocese, como também para o frutuoso exercício do seu ministério sacerdotal.

Após a oração de vésperas naquele mosteiro de Nossa Senhora Rainha do Mundo rumaram à Sé Catedral para a concelebração eucarística presidida pelo Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas.

Na Eucaristia, concelebrada por cerca de 37 padres e participada por um numeroso grupo de cristãos vindos de várias partes do Algarve, o Bispo diocesano começou por evocar os jubileus de ordenação sacerdotal “que ocorreram ou estão ainda a ocorrer” na diocese, dando graças pelos 75 anos do cónego monsenhor Sezinando Rosa, pelos 50 anos do cónego José Rosa Simão e do frei José Maciel e pelos 25 anos do cónego Gilberto Soares Santos.

O Bispo do Algarve, que agradeceu a Deus pelos sacerdotes algarvios e exprimiu-lhes a “estima e gratidão pelo dom” que eles são para a Igreja algarvia através do seu ministério “vivido com dedicação, fidelidade e generosidade”, começou por considerar que a celebração do Ano Sacerdotal permitiu aos sacerdotes, e a exemplo do Cura d’ Ars, “rezar e reflectir” sobre o “dom gratuito” da sua vocação e sobre a “beleza e urgência” da sua missão.

“Este ano consistiu num tempo de bênção e de incentivo na autenticidade da resposta fiel e generosa que somos chamados a dar pela entrega alegre ao nosso ministério”, considerou D. Manuel Quintas.

O prelado desejou mesmo que as iniciativas promovidas ao longo deste ano sejam para os sacerdotes e para as suas paróquias “como que uma sementeira”.

“Os frutos serão proporcionais ao modo como cada um preparou o «terreno», cuidou do desabrochar da «semente», acompanhou e amparou o seu crescimento e assume agora o trato diário da «árvore» que daí resultou”, comparou.

E D. Manuel Quintas explicou ainda quais são os três frutos “fundamentais” que exortou os sacerdotes a obter “com empenho e sem desânimo”, seja para a sua “fidelidade pessoal a Cristo”, seja para o “crescimento e revitalização” das comunidades cristãs: “uma vida espiritual mais autêntica”, “um empenho pessoal na pastoral das vocações” e “o sentido comunitário e eclesial”.

O Bispo do Algarve desafiou os sacerdotes a uma “vida espiritual mais autêntica, alicerçada na amizade com Cristo, alimentada na Eucaristia e consolidada na oração e união com Deus”.

Com base na homilia do Papa no encerramento em Roma do Ano Sacerdotal, lembrou que “o sacerdote é um dom do coração de Cristo, um dom para a Igreja e para o mundo”.

“É do coração do Filho de Deus que brotam todos os bens da Igreja. Ali tem origem a vocação daqueles homens que, conquistados pelo Senhor Jesus, deixam tudo para se dedicarem inteiramente ao serviço do povo cristão a exemplo do Bom Pastor”, frisou.

D. Manuel Quintas apontou de seguida o sentido do ministério sacerdotal. “O assumirmos os mesmos sentimentos de Cristo, vivendo em sintonia com Ele, proporcionar-nos-á fazer da nossa existência sacerdotal uma existência oferecida, agradecida, salva para salvar, toda ela orientada para Cristo. O segredo de uma vida sacerdotal genuína é o amor sem reservas por Cristo que conduz ao anúncio sem reservas de Cristo”, afirmou.

D. Manuel Quintas sublinhou que “o sacerdote reencontra e vive a sua identidade quando se decide a não antepor nada ao amor de Cristo e a fazer dele o centro da própria vida”. “Só permanecendo em Cristo, os frutos do nosso ministério serão abundantes e duradouros”, advertiu.

O Bispo diocesano exortou também o presbitério algarvio a “um empenho pessoal na Pastoral das Vocações, apoiado no testemunho alegre e fiel” dos compromissos sacerdotais.

Lembrando as palavras do Papa em Fátima aos sacerdotes, D. Manuel Quintas recordou que “a oração confiante e perseverante, o amor jubiloso à própria vocação e um dedicado trabalho de direcção espiritual” permitirão “discernir o carisma vocacional naqueles que são chamados por Deus” e salientou que Deus quer “continuar a servir-se” dos padres, “apesar de frágeis e pecadores, para continuar presente entre os homens e assim agir em seu favor”.

“O empenho pessoal na Pastoral das Vocações constitui o compromisso mais urgente que cada um de nós é chamado a assumir como fruto deste ano sacerdotal na sua pastoral quotidiana”, reforçou.

A propósito do “fruto” do “sentido comunitário e eclesial”, lembrou que “ninguém é padre sozinho”. “A comunhão plena com o Bispo, a jubilosa fraternidade com os outros presbíteros e a corresponsabilidade cordial com os consagrados e todos os fiéis leigos constituem meios essenciais de fidelidade à vocação e missão que nos é confiada pela Igreja”, frisou.

O Bispo do Algarve classificou ainda a visita de Bento XVI a Portugal como “um dos maiores dons” do Ano Sacerdotal e agradeceu o “testemunho, tantas vezes silencioso e nada fácil”, e a “fidelidade a Cristo, ao Evangelho e à Igreja” dos padres algarvios. D. Manuel Quintas pediu ainda que “a fidelidade a Cristo e lealdade à própria vocação” continuem a contar com o “empenho pessoal permanente” dos sacerdotes algarvios.

Samuel Mendonça

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