D. Lúcio Muandula: Missão é acto de generosidade

Secretário da Conferência Episcopal de Moçambique reflecte sobre o papel das vocações da Igreja ao serviço da missão D. Lúcio And rice Muandula, Secretário da Conferência Episcopal de Moçambique, quis junto dos participantes do Congresso Missionário Nacional reflectir sobre a construção das Igrejas-Irmãs. Indicou D. Lúcio que a partilha de missionários entre as Igrejas corresponde a um “acto de generosidade” face a quem se encontra necessitado. “Nunca deveria ser encarada como um simples gesto de voluntariado”, indica. O também Bispo de Xai-Xai, em Moçambique, afirmou competir primeiro aos bispos, “promover, coordenar e dinamizar a cooperação entre as igrejas”. Os sacerdotes são chamados a “esforçar-se por descobrir novos caminhos de cooperação missionária entre as Igrejas-Irmãs, que se ajustem à real situação de cada uma delas”. Os Institutos de Vida Consagrada, “em particular aqueles que se dedicam à missão ad gentes, ocupam um lugar estratégico e privilegiado, no contexto da partilha de missionários entre as Igrejas-Irmãs”. Afirma D. Lúcio que os missionários leigos não deverão nunca ser excluídos ou considerados como meros espectadores. “Com determinação cada vez maior, eles têm dedicado grande parte do seu tempo na actividade missionária”. Alguns inseridos em «voluntariado missionário», não faltam outros que partem da sua paróquia “rumo aos territórios chamados «de missão», para aí prestarem o seu valioso contributo à actividade missionária da Igreja”. O Bispo de Xai-Xai aponta que os Bispos das respectivas igrejas particulares devem criar “mecanismos e instituições suficientemente capazes de preparar pessoas para a missão”. A missão nunca é “iniciativa privada”, de um grupo ou de um indivíduo mais ou menos isolado, mas “uma incumbência da comunidade”. No entanto a dimensão colegial do mandato missionário “não deveimpedir a criatividade peculiar de cada missionário”. Assim a missão “não se baseia na capacidade humana, mas na força de Cristo ressuscitado”, recorda o Secretário da CEM, a partir da Redemptoris Missio. Seguindo o exemplo dos discípulos, “os missionários devem sentir-se membros da inteira comunidade eclesial e expressão do dinamismo apostólico da Igreja”. Cabe ao missionário gerar comunidades de fé enraizadas na vida social do território e adaptadas à cultura local, geração esta alimentada a partir da eucaristia e da palavra de Deus. O missionário promove as Igrejas particulares, enquadradas na Igreja Universal. Para cumprir a sua vocação, o missionário “é chamado a viver em comunhão com os irmãos e a testemunhar essa mesma comunhão através de gestos concretos”, indica D. Lúcio. O Bispo de Xai Xai aponta ainda que as Igrejas-Irmãs vivem a “partilha de bens culturais e económicos”. Recorda D. Lúcio que a partilha de bens económicos pertence a uma longa tradição secular da Igreja. Salienta o bispo moçambicano que “nos últimos anos, o contributo da Igreja local portuguesa, tem sido quase na totalidade destinado à Igreja local em Moçambique”. O Bispo finaliza afirmando que a sua presença no Congresso “manifesta o desejo de cooperação e de partilha entre as nossas igrejas particulares”. Foto:OMP

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