D. José Pedreira reivindica apoios para a família

Dia Diocesano da Família celebrado em Viana D. José Pedreira quer melhor pastoral e mais apoios para a família. «É urgente dinamizar uma efectiva pastoral familiar, por parte da Igreja e das comunidades paroquiais» criando «estruturas de apoio e acompanhamento», frisou ontem o Bispo de Viana do Castelo durante o “Dia Diocesano da Família”, porque «a família decide o destino do ser humano». A família, fez notar D. José Pedreira, «constitui a forma normal de realização da dimensão afectiva da pessoa humana», através da comunhão conjugal e complementaridade heterossexual, sendo igualmente reconhecida como «o meio natural da procriação dos filhos e do seu harmonioso desenvolvimento». O Matrimónio, enquanto sacramento, explicou o prelado, «está ao serviço da família, ao serviço da vida e do amor», por isso só «faz verdadeiro sentido» se «constitui uma autêntica comunidade de amor». Esta comunidade, prosseguiu, «verdadeiro santuário de vida», tem um papel «insubstituível» na transmissão dos valores sociais e dos valores cristãos, constituindo-se em «autêntica igreja doméstica». A família é ainda o «lugar natural da primeira aprendizagem de fé», mais pela vivência dos pais do que por um ensino sistemático, salientou. A família, apontou o Bispo de Viana do Castelo, deve assumir a sua função social através de uma «intervenção política» para que as «leis e instituições» do Estado não a ofendam, mas «apoiem e defendam positivamente os seus direitos e deveres» exortando ainda que cresça a consciência de que elas devem ser protagonistas da «política familiar». D. José Pedreira diz que face ao desprezo actual pelo valor supremo da vida «há que proclamar, por todos os meios a santidade o matrimónio, a missão fundamental da família e o valor supremo da vida humana». Para isso é fundamental, considerou na esteira da Exortação Pastoral Pós-Sinodal, criar «verdadeiras estruturas de apoio e acompanhamento» para que a Pastoral Familiar adquira «consistência e se desenvolva», sem nunca perder o horizonte de que a evangelização destes «novos tempos» depende da própria família. Sublinhando que toda a acção pastoral tem uma raiz «individual», D. José Pedreira entende que os tempos actuais não se compadecem com isso, considerando que é de grande importância o «apostolado em associações, constituídas ou não em movimentos» porque esta acção apostólica exige ser realizada de forma «comum» permitindo o aumento da sua «eficácia e frutos», além da economia de meios humanos e materiais. O Sínodo Diocesano de Viana pediu que seja incrementada uma pastoral familiar «ousada e renovadora» que promova «o percurso espiritual das famílias no seu caminho da santidade» e integre os pais ou encarregados de educação na «planificação do ano catequético da paróquia». O Bispo Diocesano, reafirmando a fé e confiança na importância da instituição família», pediu que não seja esquecido o «drama» vivido por trás das situações dolorosas, nomeadamente divórcios, família monoparentais, família reconstruídas ou com filhos portadores de deficiência. Aos movimentos que actuam no sector da Pastoral Familiar na Diocese, CPM, Casais de Santa Maria, Equipas de Nossa Senhora, Encontro Matrimonial, D. José Pedreira pediu que vivam uma «verdadeira espiritualidade de comunhão» para que se tornem «factor de coesão» e não de «segregação» nas comunidades ou mesmo de «contra-testemunho» no seio da sociedade. Felicitando os casais que, em 2006, celebram Bodas de Prata, Ouro ou 60 anos de matrimónio, D. José Pedreira salientou que a «perseverança e fidelidade» aos compromissos matrimoniais constituem um «testemunho provado e útil» aos tempos que estamos a viver. Famílias preocupadas O Dia Diocesano da Família ontem celebrado em Viana do Castelo, juntou, no Auditório do Centro Pastoral Paulo VI, pouco mais de uma centena de pessoas entre os quais se destacavam 22 casais que este ano celebram as suas Bodas de Prata, Ouro ou 60 anos de matrimónio. Em representação de todos, as alianças do casal mais jovem em Bodas de Prata foram benzidas pelo Bispo Diocesano num gesto simbólico e de convite à renovação s compromissos matrimoniais. Entre os aniversariantes pontificava um casal, ontem mesmo regressado de França, que este ano completa 60 anos de vida conjunta na fidelidade ao amor consagrado um dia diante de Deus. Os participantes no encontro assinalaram a necessidade da iniciativa ser mais divulgada, o que sugere a necessidade de uma dinâmica mais forte junto dos párocos das comunidades cristãs desta diocese do Alto Minho. As famílias presentes revelaram que a educação dos filhos, em particular, para os valores cristãos é a sua principal preocupação. Desafiados a revelarem de onde partiu e como aconteceu o conhecimento entre os actuais esposos, um casal em Bodas de Prata recordava que o seu namoro começou quando um deles se aproximou do outro para lhe perguntar as horas. A senhora de um dos casais que celebra Bodas de Ouro, para exemplificar as diferenças do tempo e do modo do namoro de outrora, revelou que «escondia na baínha da saia a foto do namorado para que os pais de nada soubessem». O presidente do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar, José Luís Carvalhido, sublinhou que num tempo de desagregação da família «há muito trabalho a fazer» continuando a achar que é a família que pode irradiar «novas energias» e esperançado que no futuro iniciativas deste género possam dar um contributo ainda maios na sua revitalização.

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