D. Jorge Ortiga reconduzido na presidência da CEP

Arcebispo de Braga eleito para novo triénio, prometendo continuidade e atenção às relações com o Governo D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga, foi reconduzido na presidência da Conferência Episcopal Portuguesa para o próximo triénio (2008-2011). A eleição decorreu no início dos trabalhos da 168ª Assembleia Plenária da CEP, que se prolonga até 3 de Abril. O Arcebispo de Braga foi eleito ao segundo escrutínio, com 16 votos, entre 29 eleitores, número suficiente para a maioria absoluta. Para a vice-presidência da CEP foi eleito D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima. Para o próximo triénio, D. Jorge Ortiga pretende “dar continuidade” ao projecto anterior: Iniciação cristã. E realça: “fazer com as dioceses em Portugal trabalhem em sintonia”. Quando faltam regulamentar alguns pontos da Concordata, o Presidente da CEP tenciona “intensificar os contactos com o governo”. “A Concordata é uma lei de Direito Internacional e exige uma regulamentação” – disse à Comunicação Social no dia da reeleição. Enquanto não surgir essa regulamentação aplica-se a anterior. “Pretendemos que surja uma regulamentação nova ou então que alguns funcionários não estejam a exorbitar das suas funções” – lamentou D. Jorge Ortiga. Apesar da promessa do Governo que neste primeiro semestre “muita coisa será feita”, o presidente da CEP salienta: “estaremos atentos”. Quando os jornalistas lhe perguntaram se esperava por este resultado, D. Jorge Ortiga disse que “não se trata de esperar ou não esperar, mas vontade para servir”. E acrescenta: “nunca disse a ninguém que estava cansado”. Com um ambiente nem sempre favorável à Igreja, o Presidente da CEP realça que a Igreja “se preocupa muitas vezes com a dimensão externa”. No entanto, quando “estamos em desacordo com algumas situações não é para atacar ninguém”. Notas biográficas D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga nasceu em Brufe, concelho de Vila Nova de Famalicão, no dia 5 de Março de 1944. Cursou os seminários da Arquidiocese de Braga entre 1955 e 1967, ordenando-se sacerdote em 9 de Julho deste mesmo ano. Foi Vigário Cooperador na Paróquia de S. Vítor, em Braga, entre 1967 e 1968. Licenciou-se na Faculdade de História Eclesiástica da Universidade Gregoriana, em Roma, a 10 de Outubro de 1970, frequentando depois o currículo para o doutoramento. Ainda em Roma, de 1 de Outubro de 1970 a Maio de 1971, fez em Grottaferrata um curso de espiritualidade sacerdotal orientado pelo Instituto Mystici Corporis. Regressado a Braga, passou a trabalhar na Secretaria Arquiepiscopal, onde se manteve de Junho de 1971 a Setembro de 1973, tendo durante este período colaborado na pastoral da Igreja dos Terceiros, em Braga. Em 1 de Outubro de 1973 foi nomeado Reitor da Igreja dos Congregados e capelão da Irmandade de Nossa Senhora da Dores e Santa Ana, erecta na mesma Igreja. Em 24 de Novembro de 1981 foi nomeado Vigário Episcopal para o Clero, cargo em foi reconfirmado em 1 de Outubro de 1985. A 6 de Março de 1985 foi nomeado Cónego Capitular da Sé de Braga. A 9 de Novembro de 1987, o Papa João Paulo II nomeou-o Bispo titular de Novabárbara e Auxiliar de Braga, tendo recebido a ordenação episcopal na Basílica do Sameiro, a 3 de Janeiro de 1988. A 5 de Junho de 1999 foi tornada pública a sua nomeação para Arcebispo de Braga, tendo tomado posse no dia 18 de Julho de 1999. No Seminário Conciliar de Braga, (depois Instituto Superior de Teologia e agora Faculdade de Teologia-Braga) leccionou as cadeiras de Introdução aos Estudos Históricos, História das Religiões e História da Igreja. Foi Presidente do Conselho de Administração do Instituto Diocesano de Apoio ao Clero (IDAC), bem como da Assembleia-geral da Associação «Dar as Mãos». Na Conferência Episcopal Portuguesa presidiu à Comissão Episcopal da Doutrina da Fé e pertenceu à Comissão Episcopal da Educação Cristã. Ao longo do último triénio foi presidente da CEP, tendo centrado os trabalhos do episcopado no tema da transmissão da fé e chamado a atenção para as várias questões que se têm levantado na relação Igreja-Estado, mormente por causa da regulamentação da Concordata de 2004.

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