CUPAV reafirma proposta de formação cristã, humana e cultural

Ao longo de 25 anos, o Centro Universitário Padre António Vieira levou a questão de Deus e da fé ao mundo da cultura

Em 1984 surgia em Lisboa o Centro Universitário Padre António Vieira (CUPAV), espaço de encontro para estudantes do ensino superior organizado pela Companhia de Jesus (Jesuítas).

Desde o início que o Centro se distingue por propor uma formação cristã e humana. Para o director do CUPAV, Pe. Miguel Gonçalves Ferreira, esta matriz concretiza-se através de “Exercícios Espirituais, cursos de aprofundamento da fé, grupos de voluntariado e actividades de cariz mais cultural ou de auto-conhecimento”.

[[v,d,643,25 anos do CUPAV]]Os responsáveis e animadores procuram que as iniciativas respondam igualmente às necessidades dos estudantes. O acompanhamento no estudo, o convívio e o estabelecimento de programas que facilitam o ingresso na vida profissional são algumas das propostas do CUPAV.

As actividades resultam da colaboração entre Jesuítas e estudantes universitários, que se oferecem para partilhar as suas competências.

O Centro “apanha-nos numa altura em que estamos a passar de crianças para adultos, proporcionando-nos momentos de crescimento através de actividades de lazer e de reflexão”, explica Tita, uma das colaboradoras.

A passagem do liceu para o ensino superior “é um choque muito grande”, refere o professor universitário João César das Neves. Por isso, essa é “a altura da vida em que mais se precisa de uma instituição como esta”, que “é preciosa”.

O director do CUPAV sublinha o apoio concedido aos estudantes que se preparam para o ingresso no ensino superior e aos que já frequentam a Universidade, através de um centro de explicações para imigrantes e seus descendentes. A estrutura recebe o contributo do Ministério da Educação, que destacou dois professores. A iniciativa conta também com a colaboração de 30 a 40 voluntários, sem os quais o projecto não seria possível.

O apoio do Centro não termina com o termo do percurso estudantil. No final do ano passado, os responsáveis constataram que alguns jovens tinham grande dificuldade em encontrar emprego estável. “Começámos a ajudar essas pessoas a fazer desse tempo livre forçado um tempo livre útil, em que aprendam algo que seja uma mais-valia para a sua inserção na vida profissional”, diz o Pe. Miguel Ferreira.

Ontem e hoje

“Venho buscar ao CUPAV bastantes coisas”, diz Luís Miguel, estudante de Medicina. Além do convívio, este jovem procura a ligação a Deus, que “não está presente” nem na Faculdade nem na sociedade.

Catarina Holstein, aluna de Gestão, destaca que o CUPAV “traz-me mais qualquer coisa do que a minha vida quotidiana”.

 “Os Exercícios Espirituais e o Curso de Relações Humanas foram marcos importantíssimos, a que ainda hoje recorro”, recorda Isabel Sousa, que pertenceu ao grupo fundador do Centro.

Para o Pe. Nuno Tovar de Lemos, que dirigiu o CUPAV entre 1996 e 2001, a “necessidade muito grande de Deus”, que se pretende “descontraído e próximo”, continua a ser o grande traço cultural dos estudantes.

Na missa evocativa dos 25 anos, o cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, advertiu para o perigo da redução do cristianismo: “Encontrar-se com Jesus Cristo e fazer dele o principal santo da nossa devoção, fechando-nos num pietismo que nos isola da vida”, significa que não se percebe a sua mensagem.

Como é que se entra para o CUPAV? “Uma das características dos centros universitários da Companhia de Jesus em Portugal é estarem de portas abertas”, afirma o Pe. Miguel Ferreira. Para participar nas missas, encontros, conferências ou estudar, “basta aparecer”.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top