Cultura: Patriarca de Lisboa reza com a poesia de Sophia

«Luz, procura e purificação» resumem a obra da poetisa, disse D. Manuel Clemente durante uma missa na Capela do Rato

Lisboa, 02 jul 2014 (Ecclesia) – O Patriarca de Lisboa disse hoje que a poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, poetisa que hoje recebe honras de Panteão Nacional, é “luz, procura e purificação”.

Na celebração que decorreu na Capela do Rato, em Lisboa, numa etapa da cerimónia de trasladação dos restos mortais da poetisa para a Igreja de Santa Engrácia, D. Manuel Clemente disse rezar com a poesia de Sophia, pois a sua obra “é de luz que se trata”.

“Quando pensei nesta missa evocativa de Sophia, só me saíram palavras vagas perante dos seus versos. Falar de Sophia sem palavras de Sophia é difícil. Luz, procura e purificação resumem a sua obra”.

A poetisa nascida no Porto é uma “bem-aventurança”, disse o Patriarca de Lisboa na homilia da missa a que presidiu na Capela do Rato.

“Sophia personifica a bem-aventurança: felizes o puros de coração porque verão a Deus”, afirmou.

A transladação para o Panteão Nacional mostra a “aceitação universal” da produção escrita da autora do conto «O Cavaleiro da Dinamarca».

“Só uma alma como a dela nos pode transportar do passado para o futuro, quando os horizontes já suportaram tudo e a realidade se revela demasiado prosaica”, referiu D. Manuel Clemente.

Na cerimónia, a urna com os restos mortais da poetisa foi colocada no centro da capela com uma Bíblia aberta e duas rosas brancas pousadas em cima..

Na “Oração dos fiéis”, momento de preces que se segue à homilia da missa, foram lembrados valores e aspirações pelos quais Sophia de Mello Breyner se debateu em vida.

“Por um Portugal mais coeso e mais fraterno, à semelhança do que ela pediu e fez”; “agradecemos o dom de todos os poetas, para que as suas vozes sejam escutas e o seu papel estimado na sociedade”; “por todos os que têm sede de justiça”, foram algumas das orações realizadas.

A trasladação dos restos mortais de Sophia de Mello Breyner Andresen para o Panteão Nacional acontece 10 anos após a sua morte e quando se assinalam 40 anos do 25 de abril.

LS

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