Cultura espera «palavra inconformista» e «audaciosa» de Bento XVI

Catolicismo é «lugar de inspiração» para a procura de um mundo mais coerente, diz Tolentino Mendonça

O director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, Pe. José Tolentino Mendonça, acredita que Bento XVI vai ser capaz de “uma palavra inconformista” e “audaciosa” na sessão marcada para 12 de Maio no Centro Cultural de Belém.

“Penso que a mensagem do Santo Padre chegará de certeza aos corações, e só a sua presença é uma consolação e um estímulo para todos aqueles que se reconhecem nos valores universais, da paz, da comunidade humana e da justiça”, disse o sacerdote à ECCLESIA.

“Não é preciso ser cristão para estar presente”, afirmou o biblista, recordando que a sessão com o mundo da cultura que vai ocorrer em Lisboa é o único momento não litúrgico na visita do Papa.

No entender do Pe. Tolentino Mendonça, “o eco e o impacto” das intervenções de Bento XVI “vão muito para lá das fronteiras do catolicismo”, pelo que o encontro acolhe “criadores, investigadores e homens e mulheres ligados ao ensino e à cultura nas suas várias modalidades, que encontrem na pessoa do Papa uma referência nesta construção comum do mundo”.

“O que é necessário – prosseguiu – é essa vontade de dialogar, de escutar, de participar numa assembleia que por sua natureza é de uma cordialidade imensa” e “ao mesmo tempo com uma carga simbólica muito forte”.

O sacerdote destacou também “o desejo de o Santo Padre encontrar-se com a gente da cultura nesta sua passagem por Lisboa e por Portugal” e assinalou que Bento XVI “é exemplar no sentido em que a sua palavra vai ao encontro de uma experiência que todos realizam”.

Para o Pe. Tolentino Mendonça, a relação entre cristianismo e cultura é “natural” porque “a fé não é uma abstracção, mas traduz-se num estilo de vida e num determinado olhar sobre a pessoa humana”.

O responsável pela Pastoral da Cultura afirma que o catolicismo é um “lugar de inspiração para essa tensão histórica e utópica que é a procura de um mundo mais coerente e consistente em termos dos seus valores e das suas procuras”.

A esperança – que, recordou o sacerdote, foi objecto de uma das encíclicas de Bento XVI – é uma das contribuições que a Igreja pode dar ao país: “Sendo esta uma hora de encruzilhada, com as dificuldades que conhecemos, é também um momento de transformação, de possibilidade de novos caminhos”, frisou o Pe. Tolentino Mendonça.

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