Faculdade de Teologia e Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura organizam a jornada «Ver para Crer? Cristianismo e Culturas Visuais»
“Será a cultura um lugar da manifestação de Deus? Será que ela é um trampolim para podermos encontrar o Evangelho?” Estas interrogações, lançadas pelo Fr. José Nunes, abriram a intervenção inaugural da I Jornada de Teologia Prática, que se realiza esta Sexta-feira na Universidade Católica, em Lisboa, com a presença de cerca de 150 pessoas.
Se a resposta a estas perguntas for afirmativa, “como justificar a apreciação tão negativa que frequentemente se faz das culturas”, nomeadamente em relação ao desaparecimento do transcendente na pós-modernidade?
Desde o Antigo Testamento, passando pela vida de Cristo na Terra, até à contemporaneidade, a revelação de Deus não pode deixar de passar pela cultura, ainda que a mensagem cristã não coincida com nenhuma.
Para o superior dos Dominicanos em Portugal, “é na experiência artística, na manifestação do belo e na verdade”, que o ser humano faz uma experiência do divino.
Cultura europeia ainda pode conduzir a Deus
O professor da Faculdade de Teologia lembrou que os testemunhos da cultura cristã na Europa estão presentes através do património artístico antigo – e também contemporâneo, nomeadamente através da literatura, música, arquitectura e cinema.
Por outro lado, a ética cristã continua a inspirar a importância da dignidade da pessoa e a promover os valores da justiça, do direito à vida e do amor do próximo.
O cristianismo impregna igualmente a cultura com palavras e noções, imagens e símbolos, representações e conceitos. Para ilustrar esta posição, o Fr. José Nunes lembrou que não é previsível “que o Natal deixe de ser celebrado, mesmo pelo ateus ou crentes de outras religiões.
A jornada «Ver para Crer? Cristianismo e Culturas Visuais» será encerrada pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, que às 18h00 proferirá uma conferência sobre «Teologia e vida eclesial».