Cristo-Rei celebra 48 anos

O Santuário do Cristo-Rei, em Almada, assinala hoje o seu 48.º aniversário com uma série de iniciativas, entre as quais a inauguração da exposição de pintura da autoria do Arquitecto João de Sousa Araújo e do espaço no exterior onde será colocada a Cruz Alta, que estava no Santuário de Fátima. Como lembrou um documento da CEP, em 2003, a ideia de erigir em Lisboa um Monumento a Cristo-Rei surgiu quando, em Setembro de 1934, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, Cardeal Patriarca de Lisboa, visitou o Monumento erguido a Cristo no alto do Corcovado, sobre o Rio de Janeiro. De regresso a Portugal, D. Manuel Gonçalves Cerejeira apresentou essa ideia a diversas entidades, tendo a proposta granjeado, desde logo, significativos apoios. Em Julho de 1936, o Cardeal Patriarca propôs aos Bispos portugueses reunidos em Coimbra para a Festa da Rainha Santa a construção do Monumento. Na Pastoral colectiva da Quaresma de 1937, os Bispos aprovaram oficialmente a ideia. Começou, logo a seguir, a propaganda para a recolha do dinheiro necessário à construção da obra, que levou a um empenho, durante anos a fio, de católicos empenhados de Norte a Sul do país. Em diversos documentos surgidos nos finais da década de 30, os Bispos portugueses recomendavam aos seus diocesanos a oração e a generosidade para que o Monumento não demorasse a erguer-se. O início da II Guerra Mundial, se bem que tenha tornado mais difícil a recolha de donativos, veio, por outro lado, criar mais um motivo para construir o Monumento. Diante da tragédia que ensanguentava o mundo, os Bispos portugueses fizeram, em 20 de Abril de 1940, a solene promessa de erguerem a Estátua, se Portugal fosse poupado aos horrores da guerra. Em Junho de 1941 comprou-se o local onde havia de erguer-se o Monumento. A ideia do Patriarca de Lisboa ia, a pouco e pouco, ganhando forma. Já depois de terminada a Segunda Guerra Mundial, numa Pastoral Colectiva publicada a 18 de Janeiro de 1946, os Bispos portugueses reafirmavam a intenção de levar por diante o projecto de dotar a cidade de Lisboa de um Monumento a Cristo-Rei. As diligências para a erecção do Monumento continuaram nos anos seguintes, com persistência e entusiasmo, apesar de os donativos chegarem com lentidão. Em Novembro de 1948 foi apresentado ao Patriarca de Lisboa o modelo de Monumento, da autoria do arquitecto António Lino. No dia 18 de Dezembro de 1949, foi lançada a primeira pedra do Monumento que o Cardeal Patriarca de Lisboa solenemente benzeu. Entretanto, o escultor Mestre Francisco Franco era encarregado, em Agosto de 1950, de fazer o modelo da estátua e o engenheiro D. Francisco de Mello e Castro fazia os cálculos. A escassez de recursos económicos constituía uma dificuldade sempre presente; contudo, a boa vontade e o sacrifício dos fiéis fez com que, a pouco e pouco, a obra fosse ganhando forma. No final de 1956, o pedestal estava concluído e, no decurso de 1957 e 1958 moldava-se e fundia-se a imagem de Cristo. No dia 17 de Maio de 1959, o Monumento foi inaugurado, na presença de todos os Bispos portugueses. Com a criação da Diocese de Setúbal, o Monumento ficou situado na nova Diocese.

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