Cristo Rei: 60 anos a afirmar a urgência da paz para todos (c/vídeo)

Bispo de Setúbal afirma que o Monumento é um convite a «abraçar o mundo e a acolher bem as pessoas»

Almada, 17 mai 2019 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal disse à Agência ECCLESIA que a celebração dos 60 anos do Santuário de Cristo Rei é uma afirmação da “mensagem de paz para todos” e desafia ao acolhimento de todas as pessoas com “justiça e dignidade”.

“Por este Tejo passaram as caravelas e hoje chega tanta gente à procura da beleza deste país e também de segurança e de melhores condições de vida”, referiu D. José Ornelas, acrescentando que Cristo de braços abertos convida a “abraçar o mundo”.

“O Cristo de braços abertos é alguém que nos convida a abraçar o mundo e a acolher bem as pessoas, com justiça e dignidade para todos”, afirmou o bispo de Setúbal no contexto das celebrações dos 60 anos da inauguração do Monumento a Cristo Rei, que hoje se assinalam.

Para o bispo de Setúbal, a construção de muros é a “melhor forma de causar tensões e guerras”, apontando para a um futuro de justiça, dignidade e fraternidade entre as pessoas.

D. José Ornelas lembrou que o Santuário de Cristo Rei, em Almada, transmite há seis décadas “uma mensagem de paz e dignidade para todos”, não só para Portugal, mas para todo o mundo.

O Santuário de Cristo Rei foi inaugurado a 17 de maio de 1959, como um sinal de gratidão nacional pelo dom da paz, após a II Guerra Mundial.

Para além de uma Eucaristia, presidida pelo bispo de Setubal e concelebrada pelo núncio Apostólico e por alguns sacerdotes, os 60 anos do Cristo Rei são assinalados com a “inauguração de uma fonte luminosa e um conjunto escultórico do Santuário”.

Este sábado, às 21h00 na Igreja de Nossa Senhora da Assunção, em Almada, será apresentada, uma Cantata a Cristo Rei, com letra do bispo D. Carlos Azevedo, delegado do Conselho Pontifício da Cultura, e música do cónego Ferreira dos Santos, da Diocese do Porto.

O Santuário do Cristo Rei referiu, em comunicado que a cantada, com a duração de uma hora, será apresentada por um coro de 340 vozes, 4 solistas, acompanhados por uma orquestra de 50 elementos.

Para o reitor do Cristo Rei, a Igreja “tem de chegar às pessoas pela cultura” e, por isso, aposta na dinamização cultural no ambiente do Santuário.

“É pela aposta na cultura que chegamos aos corações mais endurecidos. Deus é beleza e a cultura expressa essa beleza de Deus”, disse o padre Sezinando Alberto à Agência ECCLESIA.

A ideia da construção do Santuário de Cristo Rei surgiu em Setembro de 1934, depois do cardeal Cerejeira ter visitado o Monumento erguido a Cristo no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro.

A 20 de abril de 1940, os bispos de Portugal fizeram o voto de que, se Portugal fosse poupado da II Guerra Mundial, iriam erguer sobre Lisboa um Monumento ao Sagrado Coração de Jesus.

Após o fim da II Grande Guerra, em Maio de 1945, os bispos anunciaram  na ‘Pastoral Coletiva’ de 18 de Janeiro de 1946 a decisão de cumprir o voto de construir o Monumento a Cristo Redentor.

No dia 18 de Dezembro de 1950 foi lançada a primeira pedra do Cristo Rei, em Almada, e a 17 de maio de 1959 o monumento foi inaugurado.

A inauguração foi participada por cerca de 300 mil pessoas e prolongou-se por cinco dias; na manhã do dia 17 de maio, o cardeal Cerejeira presidiu a uma Missa no Mosteiro dos Jerónimos, com todos os bispos de Portugal, o Núncio Apostólico e uma radiomensagem do Papa João XXIII.

“Este monumento proclamará perpetuamente, por solene voto, o milagre da paz”, disse o cardeal Cerejeira, patriarca de Lisboa, na oração de consagração.

A escultura de Cristo Rei, que está no topo do monumento com 110 metros de altura, é da autoria de Mestre Francisco Franco e a imagem de Nossa Senhora da Paz, que se encontra na Capela do Monumento, do Mestre Leopoldo de Almeida.

PR

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Agência ECCLESIA

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