Crise Israel-Santa Sé sem fim à vista

Continua sem fim à vista a polémica que opõe o governo de Israel à Santa Sé por causa das acusações israelitas contra Bento XVI e João Paulo II. O Estado hebraico considera que os Papas não condenaram com suficiente firmeza os atentados palestinianos em Israel, mas a Santa Sé já fez saber que “não recebe lições de ninguém” no que diz respeito à luta contra o terrorismo. Segundo a agência católica AsiaNews, um funcionário do ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel deslocou-se a Washington para procurar amenizar a situação, que causou danos nas relações entre judeus e católicos, bem como na imagem do Estado hebraico. Os ataques de Nimrod Barkan, porta-voz do ministério, à acção de Bento XVI e à memória de João Paulo II têm sido encarados pelos especialistas católicos na Terra Santa como uma forma de justificar a falta de cumprimentos dos compromissos assumidos por Israel face à Santa Sé (ver notícias relacionadas). Já hoje, o presidente da união das comunidades judaicas italianas, Amos Luzzatto, acusou o Vaticano de ter proferido uma “frase muito infeliz” ao colocar em paralelo os atentados terroristas em Israel e as reacções das autoridades israelitas aos mesmos, em territórios palestinianos. Para o porta-voz da Custódia Franciscana da Terra Santa, Fr. David Jaeger, especialista jurídico nas relações entre a Santa Sé e Israel, a crise tem, contudo, razões bem claras.”A divergência está ligada ao facto de o governo israelita não honrar os pactos estipulados durante o pontificado de João Paulo II”, explica o Franciscano à Rádio Vaticano. Para Fr. Jaeger, o primeiro passo para uma reaproximação seria um pedido formal de desculpas por parte do governo israelense. O porta-voz Franciscano também pede um maior compromisso do governo de Israel em respeitar os pactos assinados, de forma especial o Acordo Fundamental entre a Santa Sé e o Estado de Israel, assinado em 1993.

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