Crise: Bispo de Santarém avisa para perigo de se «confiar apenas nos alicerces materiais e humanos»

D. Manuel Pelino Domingues sublinha que a Igreja Católica deve ajudar sociedade a «descobrir o rosto de Deus»

Santarém, 23 jul 2011 (Ecclesia) – O bispo de Santarém defende que a crise que Portugal atravessa tem origem numa sociedade onde “a tendência é confiar apenas nos alicerces materiais e humanos”, e desafia os cristãos a deixarem-se guiar pela “luz de Deus”.

“Quando as pessoas perdem Deus do horizonte, caem na idolatria, adorando realidades efémeras, fecham-se no materialismo e no individualismo, empobrecem em todas as dimensões”, sustenta D. Manuel Pelino Domingues, considerando que “anda muita gente desorientada, vazia, às escuras”.

Numa carta em que traça os objetivos pastorais da sua diocese até 2012, o prelado mostra-se preocupado com o ateísmo, que “tornou-se uma moda fácil”, e com a dinâmica religiosa das comunidades, onde “Deus frequentemente não influencia os critérios e a orientação da existência”, e “parece ausente da vida quotidiana”.

“O ambiente de indiferença ou de descrença reflete-se na dificuldade de transmitir a fé”, lamenta aquele responsável, que propõe uma nova atitude por parte da Igreja, para evitar o “desmoronar dos valores humanos”.

“É preciso descobrir o rosto de Deus porque, encontrando-O, encontramos o rosto do homem, a grandeza e a dignidade da pessoa, esse é o papel importante que a Igreja deve prestar à sociedade atual”, sublinha.

Um esforço que o bispo escalabitano quer ver concretizado através do estudo das grandes mudanças da sociedade e de um novo vigor ao anúncio do evangelho.

Por isso, uma das principais prioridades que D. Manuel Pelino Domingues estabelece durante este ano é a organização de “grupos de acolhimento e missão” dentro das comunidades cristãs, para serem “rosto visível” de Deus para o próximo, principalmente os idosos, doentes, necessitados e os que vivem na solidão.

JCP

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