Cresce devoção à beata Alexandrina

Quatro anos após a beatificação de Alexandrina Maria da Costa (Alexandrina de Balasar) e apesar de se poder esperar que o entusiasmo em redor desta mística pudesse esmorecer, certo é que o pároco de Balasar, padre José Granja atesta que «o número dos peregrinos não tem diminuído». Por outro lado, acentua-se a internacionalização da devoção à beata Alexandrina e a veneração entre os portugueses. A paróquia tem tentado fazer o registo de onde vêm os peregrinos e chegou já a uma conclusão: «é dos concelhos da zona urbana do Porto que acorrem mais peregrinos a Balasar». Contudo, peregrinos de todo o país, do Alto Minho ao Algarve, acorrem aos milhares a Balasar. Neste momento, pode dizer-se que a devoção à beata «é conhecida um pouco por todo o país e tem conquistado cada vez mais devotos», frisou o presbítero. Mas, a beata Alexandrina não é só conhecida e venerada em todo o país como em todo o mundo. Desde os antípodas, das Filipinas, Indonésia, à Rússia, aos países da América do Norte e a maioria dos do Sul, o Líbano (que em 2007 esteve presente em Balasar em duas peregrinações distintas) e de toda a Europa têm acorrido milhares de peregrinos a Balasar. «De facto as peregrinações do Líbano surpreenderam-nos já que a comunidade católica é minoritária», sublinhou o padre José Granja. Ainda há poucos dias esteve presente um grupo de 100 pessoas vindas de vários países da América Latina, acrescentou. A página na Internet dedicada à beata regista uma média de cerca de oito mil consultas mensais. Destas, cerca de 50 por cento são do Brasil. «Esta realidade está relacionada com o facto do padre Mariano Pinho SJ ter estado no Brasil e, depois da trasladação dos seus restos mortais para Balasar, no passado dia 14 de Outubro, ter havido como que uma “explosão” de conhecimento e divulgação da devoção a beata Alexandrina», afirmou o sacerdote. Todos os domingos, a hora de adoração ao Santíssimo tem registado um número crescente de fiéis o que surpreende o pároco, uma vez que a cerimónia tem lugar à tarde. «Temos sempre a igreja cheia de gente», atesta. Tem aumentado também o número de confissões. «Temos gente que vem do Norte ao Sul do país, de propósito para aqui se confessar», indicou o pároco, referindo que isto é possível porque a paróquia conta com a colaboração de diversos sacerdotes que asseguram longos períodos de confissões. Atenções centradas em duas graças Diariamente são registadas graças obtidas por pessoas que pediram a intercessão da beata Alexandrina. Duas destas, segundo revelou o padre José Granja, estão a centrar as atenções dos responsáveis da Igreja, que se encontram a recolher mais dados, já que se afiguram como eventuais milagres que poderão ser analisados mais profundamente. «Está a ser feita a busca clínica de dados destas graças para ver se há possibilidade de se avançar no processo de canonização», afiançou o sacerdote. Trata-se de um período em que é, por vezes difícil, obter garantias médicas e documentais sobre uma determinada situação clínica, quer por parte do curado quer dos médicos que o acompanharam. Sem avançar muito mais, o padre José Granja indicou que em ambos os casos se tratou de uma situação de doença cuja evolução natural culminaria num desfecho fatal para a vida de uma pessoa e que, a determinada altura, se registou uma alegada reversão do processo natural. Ontem, a missa solene do aniversário foi presidida pelo padre jesuíta Dário Pedroso, que indicou a beata Alexandrina como uma «boa companheira» para qualquer cristão que pretenda, na sua dor, «sofrer com amor» e, com isso, «partilhar a Cruz redentora de Cristo». O encerramento das comemorações do quarto aniversário contou com o Bispo auxiliar de Braga, D. António Couto, que presidiu à eucaristia.

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