COVID,19 – Solidariedade, o desafio do mundo do trabalho

LOC/MTC, Equipa Executiva

A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) é um movimento Cristão dos meios operários, que organizado em grupos de base, reflete a vida do mundo do trabalho com o método de Revisão de Vida, Ver Julgar e Agir. Mesmo as nossas reflexões mais pessimistas em que nos levavam a pensar em tempos de desassossego e de instabilidade, nunca nos levaram a imaginar tal cenário. Nunca imaginamos um tempo como o que hoje vivemos…

Mas aí está, vivemos estes tempos desafiantes e temos de encará-los com responsabilidade, coragem e sentido de caridade, que felizmente este nosso Papa, que nos guia e anima, nos mostra todos os dias, que a verdadeira caridade dá todo o sentido à solidariedade que desde sempre apregoamos e praticamos como militantes da LOC/MTC.

Nestes momentos de propagação à escala global da Covid-19. pensamos também em todos os membros dos movimentos de trabalhadores cristãos e todos os trabalhadores, espalhados pelos quatro cantos do mundo, afetados por esta pandemia, sabendo que muitos e muitos deles, não terão acesso aos mínimos cuidados e serviços de saúde.

Esperamos que para todos, associações sindicais e patronais, a prioridade seja que se ponha freio à expansão do vírus, que se recupere as pessoas infetadas e que quanto ao trabalho, fazer tudo para evitar despedimentos e garantir os salários a quem se vê afetado por esta crise.

 

Se ficarmos todos por reclamar em vez de nos aplicarmos em encontrar e sugerir soluções todos vamos perder e muito.

 

Neste momento a nossa esperança é que esta crise não seja de longa duração, o que voltaria a massacrar a classe trabalhadora. É preciso desde já também, apontar medidas e caminhos para que depois desta crise se tomem iniciativas para evitar a destruição de emprego e de empresas.

“Uma empresa que despede para se salvar não é a solução”, como diz o Papa Francisco que falava por videoconferência e vincou que “mais do que despedir, há que acolher e fazer sentir que há uma sociedade solidária. Estes são os grandes gestos de que precisamos agora”.

Há muito receio entre os trabalhadores, as empresas fecham e muitas delas não tratam das burocracias necessárias, para assegurar que os trabalhadores recebam os seus salários ou subsídios correspondentes, no final do mês.

Vivemos numa sociedade envelhecida e ainda há muita gente de risco a trabalhar, ou seus familiares, que todos os dias voltam dos seus empregos com receio de trazer o vírus para casa e isto tem de ser resolvido por alguém.

Compreendemos que muitos dos empregadores também nunca se imaginaram em tal situação de pandemia, do tipo da COVID,19 mas, pelo seu comportamento se verá se alguma vez entenderam que em tempos de catástrofe, as suas responsabilidades são acrescidas e não se pode abandonar o barco.

Dos sindicatos, muita gente pensa que não fazem falta e tampouco os sindicatos de classe. Pois hoje vemos a sua importância para tranquilizar, escutar, informar, assessorar, acalmar as angústias dos trabalhadores, defender os seus direitos. São fundamentais quando de forma responsável respondem à chamada como o estão a fazer.

Num tempo em que em Igreja caminhávamos para uma maior afetividade, proximidade com os mais desfavorecidos, os das periferias, somos abalroados por este período de isolamento e provação, seja para cristãos e para todos as pessoas de boa vontade o seu tempo de quaresma, um tempo de preparação para nos comprometermos em estar do lado da solidariedade com os trabalhadores que tanto vão precisar nos próximos tempos.

Solidários de um modo muito especial com os profissionais de saúde e com todos aqueles trabalhadores que continuam nos seus postos de trabalho, e aqui sublinhamos aqueles que muitas vezes foram desconsideramos parecendo invisíveis, gente até licenciada mas que na sua especialização o emprego escasseava, repositores, operadores de caixa etc, na maior parte dos casos apenas ganhando o salário mínimo e que agora nos são fundamentais para que o essencial funcione e para que este tempo não nos seja tão penoso.

O nosso muito, muito Obrigado.

23 de março de 2020

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