Utentes falam em momento de esperança no fim da pandemia
Castelo Branco, 22 fev 2021 (Ecclesia) – O diretor do Seminário de São José de Alcains abriu as portas da instituição para que a população local pudesse ser vacinada contra a Covid-19.
“A Igreja está atenta às necessidades da sociedade” e esta colaboração “foi apreciada” porque é “uma forma de ajudar a superar a pandemia”, disse à Agência ECCLESIA o padre António Castanheira.
Naquela localidade da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, o seminário serve essencialmente para a formação “espiritual e humana dos cristãos”, mas quando se trata do “bem comum” também acolhe outras iniciativas.
Durante o confinamento de março e abril de 2020, a instituição disponibilizou “alguns espaços para colocar doentes não-Covid que necessitassem, mas tal não foi necessário”, realçou.
A Agência ECCLESIA acompanhou, este sábado, o processo de vacinação das pessoas que foram convocadas pela Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB) e registou a satisfação dos cidadãos que receberam a vacina.
“É um dia importante porque temos fé que vai tudo passar e temos mais esperança”, disse Teresa Silva, utente da ULSCB.
Habituada a estar em casa porque é reformada por invalidez, Teresa Silva realça que “não custou muito estar fechada”, mas reconhece que os últimos tempos foram complicados porque “não podia ir à Igreja, aos velórios e beber o cafezinho”.
“Infelizmente o meu pai faleceu em agosto e não teve o velório habitual”, lamentou.
António Coelho disse que a convocação para tomar a vacina foi “uma alegria” e estava “ansioso que chegasse este dia”.
Os últimos meses foram passados em casa e no trabalho, mas “agora com a vacina ficamos mais descansados”, sublinhou.
“Fiquei muito feliz quando recebi o telefonema para vir tomar a vacina”, reconheceu Maria Olinda.
Esta utente da ULSCB que já teve uma intervenção cirúrgica ao coração recorda que viveu os últimos tempos com “muita ansiedade” e “com muito medo”.
O médico Luis Fernandes estava a chefiar aquele centro de vacinação e explicou que existem “vários procedimentos” até as pessoas receberem a vacina.
“Um trabalho árduo que necessita de muito empenho das equipas que estão ao serviço”, afirmou.
Nos primeiros dois dias foram inoculadas, naquele espaço, cerca de centena e meia de pessoas.
A adesão foi “muito boa” e este médico acredita que os tempos futuros sejam “mais esperançosos com a imunidade”.
A enfermeira responsável daquela unidade de saúde realçou que o processo de vacinação “correu muito bem” e as pessoas inoculadas sentiam que a equipa “estava a contribuir para a sua saúde”.
O processo foi “condensado no tempo”, mas a “ansiedade das pessoas era tanta” que antes de abrir o centro de vacinação “já tínhamos utentes à espera”, salientou Helena Beirão.
Os utentes de sexta-feira eram os mais idosos, mas aderiram com “a maior rapidez à vacinação”, disse a enfermeira.
Esta vacinação foi “a luz para muitas pessoas”, concluiu.
LFS/OC