As pessoas sentiram “uma presença de Igreja”, considera o padre Nuno Rosário Fernandes
Lisboa, 08 mai 2020 (Ecclesia) – O pároco de Nossa Senhora do Amparo, no Patriarcado de Lisboa, disse que desde o início do isolamento social procuraram “estar presentes junto da comunidade” recorrendo às redes sociais, e as pessoas
“Foi um querer continuar porque as pessoas não estavam junto de nós e nós não podíamos estar junto das pessoas”, afirmou o padre Nuno Rosário Fernandes em declarações à Agência ECCLESIA.
O pároco de Nossa Senhora do Amparo, em Benfica, no Patriarcado de Lisboa, explicou que pensou nas pessoas que não iam ter “oportunidade de rezar em comunhão, em comunidade” e, na véspera de serem suspensas as Missas comunitárias pela Conferência Episcopal Portugal (13 de março), foi “rezar o Terço com uma emissão em direto para o Facebook e o Youtube”, com outro sacerdote.
“Foi bonito ver a correspondência das pessoas, ver como as pessoas se aproximaram e começaram desde logo também a estar presentes e assim tem sido ao longo destas semanas”, assinala.
O padre Nuno Rosário Fernandes observa que as pessoas “sentiram uma presença da Igreja” e a possibilidade de através da oração – “com a transmissão da Missa, com a transmissão do Terço diário à noite” – terem um tempo para “se sentirem mais em paz, mais tranquilas, no meio de toda esta agitação e intranquilidade” que a pandemia do coronavírus Covid-19 “tem criado a todos”.
“Todos estes meios que se encontrou para estar junto das pessoas, era para que elas continuassem a sentir Igreja e, no fundo, sentissem também alimentadas na sua fé. Uma pessoa quando se sente alimentada na sua fé não perde a esperança”, disse o sacerdote do Patriarcado de Lisboa.
Segundo o pároco de Nossa Senhora do Amparo, as pessoas, sentindo “esta proximidade da Igreja, esta proximidade de Deus, alimentando a sua fé”, vivem as coisas de forma “diferente” e na situação de isolamento social “isso tem sido importante”.
Esta semana o programa ECCLESIA, transmitido às 22h45 na Antena 1 da rádio pública, foi conhecer como os responsáveis das comunidades católicas têm-se adaptado às mudanças provocadas pela pandemia de Covid-19 e como tem sido a presença e a oferta da Igreja.
O padre Nuno Rosário Fernandes lembra que “sempre” esteve “muito ligado à comunicação, mesmo antes” do sacerdócio, onde começou “por ter experiência numa rádio local”, e depois continuou “sempre procurando encontrar modos diferentes, inovadores, para a evangelização”.
“Para chegar juntos dos outros e apresentar no aquilo que é a mensagem essencial do cristianismo que é Jesus. E levamos Jesus através de tudo aquilo que podemos fazer; O próprio Cristo é comunicação, ele próprio se comunicou e é isto que vai acontecendo, é o continuar, o prolongar desta comunicação de Cristo através dos meios, através daquilo que a tecnologia vai oferecendo”, desenvolveu o pároco de Nossa Senhora do Amparo.
Os bispos católicos em Portugal estão a ultimar orientações para o regresso às celebrações comunitárias, em diálogo com autoridades de saúde, previsto para 30 de maio.
LS/CB/PR