D. Francisco Senra Coelho destacou oportunidades de celebração e acompanhamento pelos meios online durante a pandemia
Évora, 07 mai 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora afirmou que o “distanciamento tem de ser quebrado pelo contacto pessoal e acompanhamento” através dos meios disponíveis ,no contexto da pandemia de Covid-19, e destacou as oportunidades de celebração e reunião pelos meios online.
“É uma experiência que nos ensina a ter preocupação com as novas possibilidades e penso que veio marcar a Igreja na sua abertura e ao mesmo tempo consciência e preocupação de valorizar a comunicação social, os meios que fazem reunir pessoas através da internet”, disse D. Francisco Senra Coelho à Agência ECCLESIA.
Para o arcebispo de Évora, este “será um sítio de maior consciencialização” para a Igreja Católica “estar com qualidade e presença ativa”.
D. Francisco Senra Coelho recordou que na primeira semana do estado de emergência decretado em Portugal, em março, por causa da pandemia, celebrou a Missa transmitida online “todos os dias da casa episcopal para a diocese, incentivando com esse gesto os sacerdotes a fazerem transmissão e criarem relação com a comunidade”; ao domingo preocupava-se em “rezar vésperas com o povo santo de Deus, com adoração do Santíssimo com Eucaristia”; e à sexta-feira “tinha um momento de oração muito especial pelos doentes e tendo atenção as todos que estavam na área da saúde, do socorro, do acompanhamento”.
Depois, os sacerdotes “deram início a iniciativas de âmbito comunitário” e o importante era que “as comunidades estivessem ligadas aos seus párocos”, por isso, D. Francisco Senra Coelho que passou a celebrar “à sexta-feira pelos doentes e ao domingo”, com vésperas e adoração ao Santíssimo, e destaca que “foi muito interessante a resposta” das pessoas, contabilizando que a “bênção da cidade”, no domingo de Páscoa, teve “mais de 40 mil visitantes”.
No contexto da pandemia Covid-19, que gerou isolamento social físico, o arcebispo de Évora deu conta da “preocupação” em “gerar contactos pessoais de acompanhamento”, “com as pessoas em concreto”, por exemplo através do telefone, telemóvel, Whatsapp.
Neste âmbito, D. Francisco Senra Coelho revela que conseguiu contactar “cada sacerdote da diocese” e “fazer telefonema, não de protocolo, de conversa, diálogo”, como também os acompanhou por escrito, co uma carta de nove páginas, “não foi um bilhete-postal, com reflexão espiritual”, e escreveu também aos diáconos permanentes e religiosos.
O arcebispo de Évora explicou que a “preocupação” pelo acompanhamento das novas gerações “é muito grande e desafia imenso”, na catequese e na pastoral juvenil, e partilhou que participou num “pseudo-encerramento” dos Convívios Fraternos, porque o encontro/retiro não se realizou, “não houve convívio”, e reuniram “um areópago entre 120 a 140 participantes, mais de duas horas”, numa primeira parte com testemunhos “muito belos” de diversas localidades, uma teve “a missão de animar musicalmente”, que D. Francisco Senra Coelho encerrou “com palavras de incentivo e louvor a Deus” e depois presidiu à Eucaristia na capela também transmitida online.
“É possível nestas circunstâncias que vivemos apesar das grandes limitações, que é a impossibilidade de estarmos em comunidade, juntos à volta do altar. Não foi apenas a transmissão da Eucaristia ,mas uma interação, participaram com os cânticos, as orações dos fiéis, o canto do salmo. O eco de uma assembleia viva”, desenvolveu.
CB/OC