Cardeal português diz que jovens começam a escrever «história do futuro»
Roma, 21 nov 2020 (Ecclesia) – O cardeal José Tolentino Mendonça disse hoje em Roma que a pandemia provocou uma crise que afetou também as novas gerações, que desafiou a escrever a “história do futuro”.
“Nesta pandemia, nós sabemos que, muitas vezes de forma silenciosa, os jovens estão entre os mais afetados, porque olham para o futuro de uma forma muito incerta. É preciso dar confiança aos jovens e dizer-lhes que eles são protagonistas da história”, referiu em entrevista à Agência ECCLESIA e Rádio Renascença.
Na véspera de acompanhar, em Roma, a passagem dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) do Panamá, que recebeu a edição internacional de 2019, para a capital portuguesa, que recebe a edição no verão de 2023, D. José Tolentino Mendonça falou numa uma “alegria muito grande”.
“Para quem está em Roma, é uma grande alegria ver que, apesar de todos os constrangimentos desta pandemia, a vida continua e a história do futuro se começa a escrever, sobretudo pelas mãos, pelo entusiasmo e pelo compromisso de milhares de jovens portugueses, que hão de levar até Lisboa jovens de todo o mundo”, observou.
O colaborador do Papa assinalou que a pandemia de Covid-19 instaurou “uma crise muito grande, uma exaustão psicológica”, provocando “dinâmicas de extraordinária incerteza”.
“Talvez, para muitos jovens, este tenha sido o primeiro grande golpe nas suas expectativas, na sua esperança, viram como o mundo é instável, como as nossas seguranças são precárias”, acrescentou.
A passagem dos símbolos vai acontecer este domingo, na Basílica de São Pedro, no final da Missa presidida pelo Papa, às 10h00 (hora local, menos uma em Lisboa), com transmissão online.
“Com os jovens, o mundo recomeça sempre. É preciso, nesta hora, motivar os jovens, passar-lhes a coragem, transmitir-lhes a vida. Os jovens são sempre os herdeiros de um mundo em curso. É muito importante que os jovens tenham confiança”, afirmou o cardeal Tolentino Mendonça.
É preciso aprender com isto, mas que tudo o que se sofre nesta hora não impeça os jovens de viver com esperança, de vibrar, de olhar para o depois, construindo um mundo que possa ser uma resposta aos grandes problemas que nos conduziram até aqui”.
O bibliotecário e arquivista do Vaticano quer ver os jovens “na primeira linha” da preparação para a próxima edição internacional da JMJ.
“2023 será uma nova etapa da história e é preciso que as Jornadas sejam um grande sinal, construído pelos jovens, em que cada um se sente um sinal, um sacramento da vida de Jesus, da expressão do mistério que é a Igreja”, declarou.
Após um encontro com a delegação portuguesa que se encontra em Roma, D. José Tolentino Mendonça disse que os jovens vão testemunhar “um momento histórico”, para uma geração de cristãos.
PR/OC