«Audácia» faz 54 anos e abriu conta no TikTok, «Além-Mar» aposta em conversas online
Lisboa, 06 nov 2020 (Ecclesia) – Fernando Félix, jornalista da revista Audácia dos Missionários Combonianos, disse à Agência ECCLESIA que a pandemia trouxe “cortes no número de assinaturas”, mas que é necessário “reinventar” as publicações e estar presente em várias plataformas.
“É uma revista sempre a reinventar-se, vai-se atualizando, passou por muitas transformações ao longo destes 54 anos que este mês assinalamos, seja em tamanho, número de páginas, cores e grafismos, agora ainda mais na Internet e em várias plataformas”, explica.
A revista é dirigida aos pré adolescentes, entre os 8 e os 12 anos mas “os leitores são pais, catequistas e educadores, que passam os conteúdos aos mais novos”, e com o tempo de pandemia a revista sentiu um corte nas assinaturas.
“Na crise de 2018 já tivemos um corte grande, agora outra crise e as consequências da pandemia fez com que cancelassem as assinaturas e sentimos agora outro corte no número de assinantes”, lamenta.
Fernando Félix destaca que a revista tenta “combater o lado pessimista para veicular valores humanos, a solidariedade, fraternidade e atenção ao próximo” e dá a volta ao mundo.
“Temos assinaturas na Europa, nas comunidades portuguesas mas também em África ou Timor Leste, por exemplo sabemos que em Moçambique e Angola há casos em que o pároco é que assina e vai distribuindo as revistas, e ainda são usadas nos bairros de Luanda para estudo da Bíblia e do português”, conta.
Com todas as limitações impostas pela pandemia, a revista Audácia tenta chegar aos adolescentes de forma rápida, neste caso através de podcast, “porque eles estão lá, com o seu telemóvel” e o jornalista defende que “não têm tempo para textos muito longos” e avança com outra rede social.
“Já temos conta no TikTok, estamos a tentar produzir alguns vídeos mas algo sério que possa transmitir algo com impacto e, em poucos segundos, um desafio que também pode trazer contributos de missionários”, aponta.
Já a revista mensal Além-Mar, publicada desde 1955, com longa tradição na publicação em papel, assumiu o digital “lentamente” como um desafio e tem promovido as conversas online “Além-Mar” conduzidas pelo jornalista Carlos Reis.
“Sentimos a necessidade de alargar para o site, redes sociais e APP o nosso trabalho e a perspetiva missionária, também do diálogo missionário e as histórias na primeira pessoa, é ali que estão as gerações mais novas”, explica.
Carlos Reis é jornalista da Além-Mar há 18 anos e tem acompanhado esta ingressão da revista no digital, com o tempo de pandemia a necessidade foi maior, apesar de não descuidarem as “edições impressas que continua a ser o foco principal”.
“Também para mim foi um desafio de passar da escrita para o digital, com outra dinâmica e estamos todos a experimentar e aprender, tentando apurar este produto audiovisual, que sinto como absolutamente essencial e considero que é o caminho que tem de ser seguido”, assume.
Com uma redação reduzida e meios restritos a realidade do teletrabalho trouxe “desafio redobrado” e o digital é a aposta.
“Temos a APP Combonianos Portugal, produzimos vídeo cast com comentário ao Evangelho e a apresentação mensal que fazemos da revista em vídeo, é tudo material com nova linguagem que vamos aprendendo e explorando mas que traz aos nossos leitores e aos que nos seguem este diálogo e o perfil dos Missionários Combonianos desde a realidade onde estão”, remata.
SN