Covid-19: «Não podemos ter pressa nem ser precipitados» – D. Jorge Ortiga

Arcebispo de Braga publica nota para organizar resposta da Igreja, após o estado de emergência nacional, com alerta para a crise social e económica

Foto: Lusa

Braga, 03 mai 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga publicou hoje uma nota com indicações para a organização da pastoral após o estado de emergência nacional, sublinhando a necessidade de prudência face à pandemia de Covid-19.

“Tendo em vista a defesa da vida e a saúde de todos, o retomar da vida das comunidades terá de ser um processo gradual, prudente e paciente. Fomos vencendo algumas batalhas, mas ainda não vencemos a guerra, escreve D. Jorge Ortiga, num documento divulgado online pela arquidiocese minhota.

O responsável católico pede que todos sejam “rigorosos no cumprimento de todas as determinações oficiais”.

“Por nós, para além da luta contra o vírus, é também importante o testemunho e o exemplo. Não podemos ter pressa nem ser precipitados. O momento é de grande ponderação e responsabilidade. Que a nossa intervenção seja pedagógica. Temos o dever de elucidar os cristãos e de o fazer com paciência e perseverança. O perigo do contágio não passou”, insiste o arcebispo primaz.

A nota convida à “redescoberta da oração” e ao acompanhamento de cada pessoa e família, com atenção às “necessidades espirituais, psicológicas, físicas e inter-relacionais que resultam de situações cruciais como pobreza, doença, morte, violência doméstica, isolamento e de tantas outras situações”.

D. Jorge Ortiga mostra a sua preocupação com a crise social e económica que se começa a sentir, exigindo “maior atenção a todos, particularmente aos pobres envergonhados”.

Com a perda de emprego ou diminuição de trabalho, assistiremos a situações de desemprego que gerarão pobreza e fome. Urge que encontremos modos de responder às necessidades sem envergonhar ninguém”.

O arcebispo de Braga destaca que vai ser necessário conviver com o novo coronavírus “durante muito tempo”, pelo que alerta para o cansaço que pode levar a situações de “incumprimento”.

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou este sábado o regresso das Missas comunitárias a 30 de maio, véspera da Solenidade do Pentecostes, face à retomada gradual das celebrações prevista pelo Governo, após o final do estado de emergência.

D. Jorge Ortiga pede que as comunidades católicas comecem a preparar os espaços litúrgicos para a reabertura, cumprindo a necessidade de assegurar “a distância de dois metros entre as pessoas” Catequeses, reuniões e outras atividades de formação “não devem ser feitas presencialmente”; as celebrações dos crismas ficam adiadas.

Quanto às Primeiras Comunhões e Profissões de Fé, o arcebispo de Braga diz que “devem ser canceladas ou adiadas”, mas nunca nos próximos meses.

A nota determina ainda o cancelamento de festas, procissões e peregrinações, sublinhando que “a devoção individual deve ser conservada, desde que as igrejas ou capelas estejam devidamente preparadas para evitar a proximidade entre as pessoas”.

As igrejas poderão e deverão estar abertas durante algumas horas. Para um bom funcionamento das futuras celebrações, deverá ser constituída uma equipa de acolhimento que orientará as pessoas”.

A celebração dos funerais ou exéquias vai continuar a acontecer só com os familiares, “com todo o cuidado e respeito pelas normas de segurança”.

D. Jorge Ortiga convida a usar sempre “máscaras” e quer oferecer uma viseira a todos os sacerdotes.

“É mais um sinal para encararmos a situação com esmerada preocupação. Usemo-la! É um sinal de amor aos nossos paroquianos e a todas as pessoas”, explica.

OC

Colocar os bancos de forma a evitar aglomerados de pessoas e permitindo que estas se mantenham à distância de dois metros.

Ter as portas abertas de tal modo que ninguém precise de tocar nelas para entrar ou sair.

Colocar à entrada da porta um cartaz (disponível na livraria) com as seguintes instruções:

Damos-lhe as boas vindas! Pela sua saúde e saúde dos outros, cumpra todos as orientações e use máscara. É obrigatório! Em tempo de pandemia, não nos responsabilizamos, nesta igreja, por possíveis contágios. Não toque nas portas ou em qualquer superfície. Mesmo assim, não esqueça de lavar as mãos. À entrada e à saída da igreja foi colocado um dispensador de gel desinfetante.

Covid-19: Conferência Episcopal Portuguesa anuncia regresso das celebrações comunitárias das Missas a 30 de maio (c/vídeo)

 

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Agência ECCLESIA

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