Covid-19: Experiência digital potenciou participação das comunidades católicas

Inquérito mostra que 70% dos inquiridos acompanhou celebrações da Missa, nos confinamentos

Foto: Diocese de Aveiro

Lisboa, 20 dez 2021 (Ecclesia) – Um inquérito sobre a prática religiosa durante a pandemia, divulgado hoje, mostra que as comunidades católicas usaram as ferramentas digitais para promover a participação das pessoas, face aos confinamentos.

“A pandemia declarada em março de 2020 não apanhou a Igreja católica desprevenida no que diz respeito à disponibilização de ferramentas digitais, de diversos Apps, para apoiar e complementar a experiência religiosa e espiritual”, indica o estudo, intitulado ‘Prática religiosa e experiência digital durante a pandemia’.

As autoras do trabalho são Clara Almeida Santos, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, CEIS20 – Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra; e Margarida Franca, do Instituto Politécnico de Leiria, CITER – Centro de Investigação em Teologia e Estudos de Religião da Universidade Católica Portuguesa.

O inquérito foi realizado entre junho e julho de 2021 a católicos, maiores de 15 anos, com 1099 inquiridos de todas as regiões de Portugal, em particular residentes nas regiões Norte, Centro e Lisboa.

“Entre o primeiro e o segundo confinamento, as paróquias/comunidades estruturaram-se e capacitaram-se, assumindo-se como fonte privilegiada para obtenção dos conteúdos digitais por parte dos seus fiéis”, indicam as autoras, em nota enviada à Agência ECCLESIA.

Foto: Paróquia de Nossa Senhora do Amparo de Benfica

70% dos inquiridos revelaram assistir telematicamente à celebração da missa uma ou mais vezes por semana, sendo o YouTube a plataforma mais utilizada.

“Uma percentagem significativa de inquiridos já utilizava estes recursos antes de a pandemia se instalar”, pode ler-se.

As páginas das paróquias dos inquiridos ou das suas comunidades religiosas de pertença surgem como recursos procurados por um quinto dos inquiridos, ocupando o segundo lugar dos conteúdos digitais mais procurados, logo após os sites com conteúdos religiosos e espirituais de outras origens.

“Verifica-se uma variedade significativa de recursos digitais acedidos, com relevo para os vídeos, podcasts e aplicações para oração. Poder-se-á mesmo falar de uma multimedialidade espiritual”, sublinham Clara Almeida Santos e Margarida Franca.

O estudo aponta a um “cansaço pandémico” no segundo confinamento, com menor assiduidade nas celebrações e menor procura de conteúdos online.

“A pandemia levou a que pessoas que não utilizam recursos digitais passassem a contar utilizá-los no futuro e, por outro lado, levou a que pessoas que se serviam dessas ferramentas considerem descontinuar essa utilização”, apontam as autoras.

OC

 

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