Covid-19: Conselho Episcopal Latino-Americano pede aos governantes soluções comuns para a crise

Bispos querem que «políticas públicas tenham sempre em mente principalmente os mais pobres»

Cidade do Vaticano, 24 ago 2020 (Ecclesia) – A presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), que representa a Igreja Católica em 22 países, apelou à cooperação regional na procura de soluções para a crise provocada pelo coronavírus Covid-19, numa carta aos líderes e governos da região.

“Exigimos que as políticas públicas tenham sempre em mente, em primeiro lugar, os homens e mulheres da nossa terra e principalmente os mais pobres. Nós o reivindicamos em nome de Deus!”, lê-se no sítio online do Conselho Episcopal Latino-Americano.

A presidência do CELAM convida pessoas e comunidade científica a “construir soluções conjuntas para superar as dificuldades atuais” e recorda que este processo necessita de “vontade política para se concretizar”.

“Essa atitude pró-ativa não seja assumida apenas na solução do problema gerado pelo Covid-19 mas olhando para o futuro e os desafios que o continente terá que enfrentar, porque para a Igreja ainda está latente o sonho de uma ‘Grande Pátria’ latino-americana e caribenha que viva plenamente a integração”, divulgam.

Na carta aos líderes e governos da América Latina e do Caribe recordam que, segundo a Organização Mundial da Saúde, morreram “mais de 200.000 pessoas e cinco bilhões foram infetadas” com o coronavírus Covid-19, sendo a previsão de mais 215 milhões de pessoas a viver na pobreza nos próximos meses, ou seja, 35% da população.

A presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano explica que a “situação dos mais vulneráveis ​​preocupa a Igreja continental”, bem como a violência e o medo que “ameaçam a liberdade de todos os povos”.

Os bispos recordaram que o Papa Francisco na audiência geral, da última quarta-feira (19 de agosto) disse: “É essencial encontrar uma cura para um pequeno mas terrível vírus” e que se deve “curar um grande vírus da injustiça social, da desigualdade de oportunidades, da marginalização e da falta de proteção dos mais débeis”.

“As vacinas devem ser comprovadas como seguras e testadas eticamente; a advertência médica tradicional do primum non nocere, ou a primeira coisa é não fazer mal”, deve orientar os cientistas, acrescentou a presidência do Conselho Episcopal Latino-americano.

No sítio online do Conselho Episcopal Latino-Americano, que representa a Igreja Católica em 22 países, lê-se que querem que os países juntos “enfrentem as chamadas doenças invisíveis, resultado do déficit e de condições socioeconómicas injustas, que causam mais mortes do que a Covid-19”.

CB

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