Organismo católico deseja «reforço da consciência coletiva», perante a pandemia
Lisboa, 16 mar 2020 (Ecclesia) – A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), da Igreja Católica em Portugal, apelou à construção de uma cultura solidária como resposta à pandemia do Covid-19, que proteja em particular os mais frágeis.
“Há que dar todo o apoio aos grupos mais vulneráveis, como os idosos, evitando de todos os modos que eles tenham de se expor a riscos (fazendo compras por eles, por exemplo). Que um dos efeitos desta pandemia seja o reforço da consciência coletiva de que somos todos diferentes, que muitos são mais pobres e necessitados do amor do próximo, ou seja, carentes de cada um de nós, assinala o documento, enviado à Agência ECCLESIA.
A nora do organismo laical da Conferência Episcopal Portuguesa tem como título “Uma pandemia, um desafio à solidariedade”.
Impõe-se, por isso, superar uma mentalidade individualista. Não há que pensar apenas nos perigos que corro, que serão maiores ou menores, mas nos riscos que correm outros, as pessoas mais vulneráveis. Não há que pensar tanto na contaminação de que eu possa ser vítima, mas na contaminação que eu, sem o saber, possa provocar noutros”.
A CNJP convida a refletir sobre a “repercussão social” do comportamento de cada um, perante a propagação do Covid-19.
“A necessidade de reduzir a mobilidade para prevenir e evitar a difusão do vírus faz-nos descobrir como muitas das nossas deslocações (desde logo, as aéreas) não são verdadeiramente indispensáveis, ou mesmo necessárias”, indicam os membros do organismo católico.
A nota saúda os profissionais de saúde, “que, nesta difícil situação, se entregam sem reservas à sua tão nobre missão”.
“Pelas vítimas desta pandemia, pelos grupos que mais riscos correm e pelos profissionais de saúde, os membros da Comissão Nacional Justiça e Paz dirigem a Deus as suas orações”, conclui o documento.
O número de infetados em Portugal pelo novo coronavírus subiu para 331, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde; o país registou hoje a primeira morte devido ao Covid-19.
O Governo declarou na sexta-feira o estado de alerta no país e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de hoje, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
Globalmente há registo de mais de 6600 mortos e 173 mil infetados, desde finais de 2019.
OC