Covid-19: Comissão Diocesana Justiça e Paz de Bragança-Miranda lança alerta contra a solidão e abandono dos idosos

Organismo católico apresenta reflexão sobre impacto social e económico da pandemia

Foto: Diocese de Bragança-Miranda

Bragança, 12 jun 2020 (Ecclesia) – A Comissão Diocesana Justiça e Paz de Bragança-Miranda lançou um alerta contra a solidão e abandono dos idosos, numa reflexão sobre o impacto social e económico da pandemia.

“Devemos unir esforços contra a solidão e abandono dos idosos, as desigualdades e a pobreza, proteger, sermos mais solidários, humanos e próximos de quem carece e está mais exposto ao risco do desemprego”, refere o texto, enviado hoje à Agência ECCLESIA.

O organismo católico sustenta que o Estado pouparia “se investisse em programas de inserção familiar dos idosos”, denunciando o que qualifica como “indústria do cuidado que, com processos de gestão ultraliberal, vai exigindo do Estado cada vez mais dinheiro, não para apoiar os idosos mas para fortalecer negócios privados e escondidos”.

A reflexão tem como tema “aprofundar a solidariedade para com os abandonados e os mais desfavorecidos, mudar a relação dos homens com a natureza”.

A comissão da diocese transmontana alerta para a “pobreza acrescida” em consequência da pandemia de Covid-19, que se traduz no “aumento do desemprego, redução das remunerações dos colaboradores colocados em lay-off e redução das iniciativas de investimento e de empreendedorismo”.

O documento pede uma mudança de paradigma, para evitar uma “maior degradação de recursos e, inevitavelmente, a um aumento da exclusão social”.

“Teremos de encontrar caminhos para vivermos melhor, mas encontrando novos significados para o que entendemos por bem-estar, mas assente numa utilização moderada dos recursos que o Planeta nos fornece, e mais preocupados com o acesso a esses mesmos recursos por todos os outros concidadãos que o partilham connosco, assim como pelas gerações vindouras”, pode ler-se.

O texto destaca a importância da chamada “economia verde” para os processos de retoma pós-crise, com “uso mais moderado e cuidadoso dos recursos” e “socialmente mais justa do que os modelos económicos convencionais”.

“A esperança existe. Assim consigamos combinar e reforçar os instrumentos legais, os instrumentos económicos com programas de educação que mobilizem as comunidades”, conclui a Comissão Diocesana Justiça e Paz de Bragança-Miranda.

OC

 

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