Covid-19: Semana Santa com celebrações presenciais, sem procissões nem visitas pascais

Celebrações decorrem com limitações, por causa da pandemia

Foto: Arquidiocese de Braga

Lisboa, 27 mar 2021 (Ecclesia) – O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou a 11 de março um conjunto de orientações para a Semana Santa e a Vigília Pascal, entre 28 de março e 4 de abril.

Ao contrário do que aconteceu em 2020, por causa da pandemia, as celebrações deste ano vão contar com a participação de assembleia.

A CEP determinou o regresso das celebrações públicas da Missa, a partir de 15 de março, mantendo a suspensão de procissões e outras manifestações populares, entre elas o tradicional “compasso” da Páscoa.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, os bispos recordam que, a 17 de fevereiro, o Vaticano divulgou um conjunto de orientações para a celebração da Semana Santa em contexto de pandemia, à imagem do que aconteceu em 2020, assumindo a necessidade de “mudanças na forma habitual de celebrar a Liturgia”.

A CEP pede que se evitem procissões e outras expressões da piedade popular, como as ‘visitas pascais’ e a ‘saída simbólica’ de cruzes, de modo a evitar “riscos para a saúde pública”.

A celebração dos últimos dias da vida de Cristo começa pela evocação da sua entrada messiânica em Jerusalém e a bênção dos ramos.

Os bispos indicam que, no Domingo de Ramos, a celebração deve seguir a segunda forma prevista pelo Missal Romano e, onde for oportuno, “a terceira forma do Missal Romano, que comemora de forma simples a entrada do Senhor em Jerusalém”.

“Evitem-se os ajuntamentos dos fiéis; os ministros e os fiéis tenham nas mãos o ramo de oliveira ou a palma que trazem consigo; de nenhum modo seja permitido a entrega ou a troca de ramos”, assinala a CEP.

Quanto à Missa Crismal – que reúne em torno do bispo o clero diocesano -, a mesma pode ser celebrada na manhã de Quinta-feira Santa ou, segundo o costume de algumas dioceses, na quarta-feira de tarde.

“Se não for possível ‘uma representação significativa de pastores, ministros e fiéis’, o bispo diocesano avalie a possibilidade de transferi-la para outro dia, de preferência dentro do Tempo Pascal”, recomenda a Conferência Episcopal.

À imagem do que aconteceu em 2020, na Missa vespertina da “Ceia do Senhor” (Quinta-feira Santa) omite-se o rito do lava-pés.

“No final da celebração, o Santíssimo Sacramento poderá ser levado, como se prevê no rito, para o lugar da reposição numa capela da igreja onde se possa fazer a adoração, no respeito das normas para o tempo da pandemia”, apontam os bispos católicos.

A Missa vespertina da Ceia do Senhor marca o início o Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor

Para a Sexta-feira Santa, cita-se indicação do Missal Romano  – “em caso de grave necessidade pública, pode o ordinário do lugar autorizar ou até decretar que se junte uma intenção especial” -, pede-se que cada bispo introduza na oração universal uma intenção “pelos doentes, pelos defuntos e pelos doridos que sofreram alguma perda”.

“O ato de adoração da Cruz mediante o beijo seja limitado só ao presidente da celebração”, indica a CEP.

A Vigília Pascal, momento central do calendário litúrgico católico, “poderá ser celebrada em todas as suas partes, como previsto pelo rito”.

Cinco elementos compõem a liturgia da Vigília Pascal: a bênção do fogo novo e do círio pascal; a proclamação da Páscoa, que é um canto de júbilo anunciando a Ressurreição do Senhor; a série de leituras sobre a História da Salvação; a renovação das promessas do Batismo, por fim, a liturgia Eucarística.

Na mensagem ao país sobre a décima renovação do segundo estado de emergência, o presidente da República Portuguesa sublinhou que a Páscoa é “um tempo de encontro familiar intenso, em particular, em certas áreas do Continente e nas Regiões Autónomas”.

“As confissões religiosas, que vão celebrar a Páscoa, sabem-no melhor do que ninguém e têm sido exemplares na proteção da vida e da saúde”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Governo determinou a suspensão da circulação entre concelhos, em Portugal continental, desde sexta-feira até 5 de abril, para evitar deslocações no período da Páscoa.

OC

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Agência ECCLESIA

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