Covid-19: Bispo de Viseu decidiu suspender a celebração das Missas entre os dias 16 e 31 de março

D. António Luciano encerrou também «todas as atividades da catequese até à Páscoa»

Viseu, 12 mar 2020 (Ecclesia) – O bispo de Viseu decidiu suspender a celebração de todas as Eucaristias na diocese entre os dias 16 e 31 de março e todas as atividades da catequese até à Páscoa.

Numa Nota Episcopal sobre a pandemia do novo coronavírus, intitulada “Proativos nas medidas, ousados na Esperança”, D. António Luciano decidiu, para além da “suspensão da celebração das Eucaristias dominicais e feriais”, a “suspensão de todas as manifestações públicas de piedade popular (procissões, vias sacras e outras)”.

De acordo com o bispo de Viseu, a “vida é um dom inviolável” e proteger a vida de cada um “é uma responsabilidade social” de todos.

No documento divulgado na página da internet da Diocese de Viseu, D. António Luciano lembra que a comunidade cristã está a viver o tempo da Quaresma, onde cada um é convidado a aprofundar a “identidade de cristãos batizados” num caminho “em sociedade”.

O bispo de Viseu refere que o caminho em sociedade é por vezes “sobressaltado por dificuldades de vária ordem que exigem medidas proativas e ousadas na esperança”.

Rejeitando “qualquer tipo de alarmismo”, D. António Luciano apela à “responsabilidade social e eclesial” e decidiu, em reunião “com os representantes dos diversos órgãos diocesanos” indicar um conjunto de medidas para a Diocese de Viseu, para além das propostas pela Direção Geral da Saúde e pelo Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa.

Foto Jornal A Guarda/Francisco Barbeira, D. António Luciano

Para o bispo de Viseu, a situação de pandemia motiva que “a celebração dos sacramentos do Batismo e do Matrimónio seja uma celebração digna e breve, com a família” e que os funerais sejam também “uma celebração digna e breve, com a família, não havendo o rito do levantamento do féretro e, no acompanhamento ao cemitério, omita-se o cortejo fúnebre.

“Que as celebrações habituais do sacramento da Reconciliação, neste tempo da Quaresma, fiquem adiadas para tempo oportuno, salvaguardadas as devidas precauções e as situações de emergência e de pedido pessoal”, acrescenta o comunicado.

D. António Luciano pede ainda a “suspensão da visita aos doentes, não excluindo a prática da caridade cristã, valorizando as situações em que for solicitada a celebração do sacramento da Unção dos Doentes” e o “adiamento das iniciativas previstas no Plano Pastoral, nomeadamente as “24 horas para o Senhor”, a Recoleção Espiritual orientada pelo Bispo e a Jornada Diocesana da Juventude”.

“Conscientes de que, apesar de tudo isto, somos responsáveis não apenas por nós próprios, mas por todos, apelamos ao bom senso de viver este tempo em prevenção, evitando os contatos sociais e todas as situações que possam ser imprudentes, dedicando-se a família, em recolhimento, a viver verdadeiros tempos de qualidade. Fazemo-nos próximos das vítimas e das suas famílias”, afirmou.

“Rezamos pelas autoridades, pelos profissionais de saúde e pelos que cuidam do bem estar das populações”, concluiu D. António Luciano, que antes de ser bispo de Viseu foi enfermeiro, capelão no Hospital da Covilhã e professor de ética nos cursos de Medicina.

O primeiro-ministro português anunciou na noite desta quinta-feira, 12 de março, o encerramento das escolas, a partir de segunda-feira (16 de março) por causa da pandemia de coronavírus, medida que será reavaliada a 9 de abril.
O Governo também ordenou o encerramento de outros espaços de convívio e diversão como discotecas, cinemas, museus ou teatros, além de limitar a frequência de centros comerciais ou de serviço público e restaurantes, proibindo o desembarque de passageiros de navios de cruzeiros que não sejam residentes em Portugal.
Por considerar que os idosos são “população particularmente vulnerável”, António Costa decidiu estender a todo o país a limitação de visitas a lares de terceira idade.
O número de casos confirmados de coronavírus em Portugal aumentou esta quinta-feira para 78.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que o Covid-19 entrou em fase de pandemia, devido à sua propagação generalizada pelos vários continentes.

PR

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Agência ECCLESIA

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