Covid-19: Bispo da Guarda lembra possibilidade de «reconciliação de vários penitentes, com confissão e absolvição geral»

D. Manuel Felício deseja que este seja «um bom contributo» na preparação para a Páscoa

Guarda, 11 mar 2020 (Ecclesia) – O bispo da Guarda dirigiu uma carta aos padres da diocese para recordar “pode ser usada a prática da ‘reconciliação de vários penitentes, com confissão e absolvição geral’”, durante a Quaresma 2020, face aos “constrangimentos” provocados pela difusão do Covid-19.

“Este será também um bom contributo para o serviço da reconciliação que devemos às nossas comunidades e aos nossos fiéis”, observa D. Manuel Felício.

No documento enviado à Agência ECCLESIA, pela Diocese da Guarda, o bispo explica que a prática da “reconciliação de vários penitentes, com confissão e absolvição geral” é uma das modalidades de confissão sacramental “prevista no Ritual da Celebração da Penitência” (capítulo III, nn. 60-63).

D. Manuel Felício refere que essa opção fica “a juízo dos padres de cada arciprestado” e se for essa a escolha pede que se leia aos penitentes a recomendação do Ritual da Celebração da Penitência, no número 60: “Que [os penitentes] se arrependam dos pecados cometidos e façam propósito de não mais pecar, que se proponham reparar os escândalos e os danos que, porventura, tenham causado e confessem, em tempo devido, cada um dos pecados graves que não podem confessar agora”.

A Quaresma é um tempo de 40 dias que tem início com a celebração de Cinzas, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

O bispo da Guarda assinala que neste tempo litúrgico estão “especialmente preocupados” com o atendimento das pessoas em confissão, “também para cumprimento do preceito da Igreja”, que “manda recorrer” à Confissão Sacramental, pelo menos uma vez por ano, e comungar pela Páscoa da Ressurreição.

Na carta aos seus padres, D. Manuel Felício recorda que os constrangimentos da “atual situação provocada” pelo coronavírus Covid-19 “pede algum controlo nas relações”, que já foi “objeto de recomendações” pela Conferência Episcopal Portuguesa que divulgou uma nota com indicações para prevenir contágios.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4 mil mortes; cerca de 117 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países.

Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.

O Governo português ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até agora a mais afetada; os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no Distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.

CB

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Agência ECCLESIA

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