«Conversas originais»: Comunidade educativa é chamada a partilhar «preocupações e soluções»

Diretora do agrupamento de Escolas Luís de Camões, em Lisboa, diz que escolas estão preparadas e que todas as medidas foram «acauteladas»

Lisboa, 18 set 2020 (Ecclesia) – A diretora do agrupamento de Escolas Luís de Camões, em Lisboa, onde cerca de 900 alunos estão a iniciar o seu ano letivo, diz que toda a comunidade educativa é chamada a “partilhar preocupações e a encontrar soluções”.

“Todas as medidas estão a ser acauteladas e é essa a mensagem que me parece que compete à direção: Fazer com que a própria comunidade nos ajude, não falamos só dos professores, mas da comunidade em geral, que connosco partilhe as preocupações, mas que também connosco partilhe soluções e soluções para o bem-comum”, explica Rosa Ralo, diretora do agrupamento de escolas, com alunos entre os 6 e os 15 anos.

As escolas que integram este agrupamento fizeram a receção ao aluno esta quarta-feira, estando já a lecionar as aulas em regime presencial, conforme indicação do Ministério da Educação.

À entrada os alunos, com máscara colocada, são recebidos por um funcionário à chegada, e devem proceder à desinfeção das mãos, sendo posteriormente encaminhados por uma auxiliar de educação, designada neta escola de «Menina», até um espaço designado no recinto exterior, denominado «bolha», onde deverá permanecer até à entrada na sala de aula, para onde se desloca acompanhado dos colegas em fila indiana e com distanciamento de segurança, ou nos intervalos entre as aulas.

No recinto exterior e no espaço interior da escola são várias as indicações para que a distância de segurança seja respeitada, sinalética indicando percursos obrigatórios e sentidos desfasados, proibição de ocupação de lugares, e vários dispensadores de álcool gel, adquiridos com a ajuda da associação de pais.

“Os alunos querem regressar à escola, sem qualquer sombra de dúvida, estão ansiosos. Se lhe dissesse que não manifestam receio ou que não estão pouco, tal como os encarregados de educação, apreensivos, também os professores, toda a comunidade está a viver um tempo diferente, sem qualquer sombra de dúvida. Um universo de alunos, pais, e professores. Nós somos pessoas e porque somos pessoas somos diferentes, com sensibilidades diversas”, reconhece.

A diretora, nas «Conversas originais» desta sexta-feira, dá conta de uma reunião com as associações de pais para conversar, “colocar todas as dúvidas, e todas são legítimas, falar e serenar e até algum pequeno ou grande pormenor que a escola não tenha visto, ser acautelado”.

Num ano letivo “atípico”, marcado por uma pandemia, Rosa Ralo sublinha que o dia-a-dia deve ser encarado com a “maior normalidade dentro do contexto em que vivemos”.

“Os desafios são outros, não são os tão regulares como os que são pedidos, mas também por isso devemos intervir de forma diferente na comunidade”, indica.

Sobre o relacionamento entre alunos e aluno-professor a diretora valoriza a importância do olhar e dos gestos, apesar de mais contidos.

Recorda a professora uma conversa entre colegas na escola: “tapam-nos a bocam com a máscara, mas não nos tapam os olhos”.

“O contacto visual será importantíssimo. Não há aquele toque que poderia existir, do professor que chega mais perto, até o circular na sala de aula tem de ser condicionado, terá de se conter. Só temos os olhos e como bons portugueses o nosso gesticular. Vamos fazer dos nossos outros sentidos uma mais-valia e fazer rendê-los com estes jovens porque certamente que tanto eles como nós vamos precisar destes gestos. É assim que tem de ser, é assim que será. Não é o isto que nos irá parar, vamos descobrir outra forma de comunicar”, valoriza.

Rosa Ralo é a convidada desta sexta-feira das ‘Conversas Originais – das palavras à ação’, transmitidas e publicadas online, às 17h00, e do programa Ecclesia na rádio Antena 1, pelas 22h45.

LS

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