Convidados comentam mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que a Igreja Católica celebra este domingo
Lisboa, 21 mai 2020 (Ecclesia) – A mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que a Igreja Católica celebra este domingo, deixa aos jornalistas “dois grandes desafios”, contar histórias e ter memória, segundo Ricardo Miguel Oliveira, diretor do ‘Diário de Notícias’, do Funchal.
“Histórias com gente dentro, reportagens com rosto e com assinatura”, assinala, um dos convidados da edição de hoje das ‘Conversas na ECCLESIA’, destacando a importância de manter o património de “credibilidade” de cada título.
O jornalista admite ainda que há “falta de memória” nas redações, pressionadas pelo imediatismo.
A mensagem do Papa para esta celebração alerta para as narrativas “falsas” e “devastadoras” que marcam a comunicação atual, apelando a um maior espaço para “boas histórias”.
Pedro Conceição, jornalista do semanário ‘A Defesa’, da Arquidiocese de Évora, destaca a luta “entre a boa história e a má história”, particularmente relevante num tempo de “fake news” e desinformação, fomentada pelas redes sociais.
“Temos de procurar despertar as pessoas, para que saibam ler e perceber o que está ali, no fundo”, assinala.
O convidado assume a “grande responsabilidade” de ser jornalista, em particular num meio de grande proximidade com os leitores, com atenção às histórias que fazem a memória de um povo.
“A mensagem do Papa desafia-nos a ser muito autênticos na nossa profissão, muito honestos, verdadeiros”, precisa.
Ricardo Miguel Oliveira assinala que o Papa lançou alertas que se revelaram “essenciais” para enfrentar um tempo como o da atual pandemia, agradecendo-lhe por se ter lembrado e rezado pelos jornalistas, em Santa Marta, incluindo uma mensagem na rede social Twitter, do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Sobre a comunicação do Papa durante o confinamento, o jornalista entende que Francisco “deu uma lição de humanidade” e criou uma dinâmica que tornou a Igreja Católica “precursora” em gestos que marcariam o isolamento físico, por causa da pandemia de Covid-19.
Pedro Conceição, por sua vez, sustenta que o Papa “lidera pelo exemplo”, com uma comunicação que “não é ensaiada”, conseguindo falar a todos
Em particular, o jornalista evoca a imagem “poderosíssima” do 27 de março, com a bênção extraordinária ‘Urbi et Orbi’ numa Praça de São Pedro deserta.
A Igreja Católica assinala a 24 de maio o 54.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, este ano com o tema “‘Para que possas contar e fixar na memória’ (Ex 10, 2). A vida faz-se história”.
Esta foi a única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II, no decreto ‘Inter Mirifica’, em 1963; assinala-se no domingo antes do Pentecostes.
OC