Conversas na Ecclesia: Acolher jovens refugiados tem sido uma «experiência de abertura da comunidade» (c/ vídeo)

Missionários da Consolata, no Cacém, despediram-se de dois jovens em «momento marcante»

Lisboa, 01 out 2021 (Ecclesia) – O padre Ermanno Savarino, Missionário da Consolata na comunidade do Cacém, disse à Agência ECCLESIA que o acolhimento de refugiados é uma experiência de “abertura da comunidade” e de “evangelho puro”. 

“Tem sido uma experiência de Evangelho Puro, sem ter a necessidade de partir estamos aqui, mas como diz o Papa Francisco é uma igreja em saída e antes de tudo uma saída de si próprio, o acolhimento a estes jovens tem sido uma experiência de Evangelho Puro”, explica o missionário da Consolata à Agência ECCLESIA.

O padre Ermanno Savarino recorda a chegada de dois jovens refugiados em 2019, “que já tinham passado por muito” e atualmente já se encontram “autónomos e inseridos na sociedade portuguesa”.

“Tem sido uma experiência marcou profundamente a vivência da nossa comunidade em religiosa, nesta unidade cristã e missionária, nós estamos na fase final desta primeira experiência que fizemos com acolhimento de refugiados e a casa vai ficar mais vazia”, assume o entrevistado.

Estes dois jovens, Salim e Ismael, aprenderam o português rapidamente, “em tempo de confinamento todos ajudavam na comunidade” e os jovens eram vistos a “ler nos cantos”, um “empenho notável que permitiu conseguir uma autonomia”.

O padre Ermanno Savarino recorda que em maio passado fizeram um almoço de despedida aos dois jovens, “numa mesa pluricultural”, dando espaço aos sentimentos de gratidão. 

“Nesse almoço pedi que fosse proclamado o evangelho segundo São Mateus, do capítulo 25, foi proclamado em português e em árabe, e foram eles a ler o evangelho, digo que foi extremamente emocionante ouvir as palavras, ouvir dizer por aqueles rapazes para quem tudo foi difícil, lembrarem-se que chegaram juntos, sem nada para vestir e perceberem que que tinham vivido aquela graça”, lembra.

O terceiro jovem refugiado da Nigéria, que só chegou em 2020, está ainda na comunidade, “em boa formação e aprendizagem do português” desde o primeiro momento.

“Fomos ter com ele a Évora, eu e o padre Norberto de 84 anos, e a empatia que o jovem criou com este ancião fez com que se tranquilizasse na presença de uma pessoa mais idosa e ele tem sido o seu grande professor de português”, destaca. 

As «Conversas na ECCLESIA» desta semana trazem a realidade de acolhimento de refugiados e as transformações que implicam, que pode acompanhar online de segunda a sexta-feira, pelas 17h00.

SN 

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