Matilde Tavares, finalista de Terapia Ocupacional, refere que pertença à pastoral universitária foi porta aberta em tempo de angústias
Leiria, 23 jun 2021 (Ecclesia) – Matilde Tavares, finalista do curso de Terapia Ocupacional, contou à Agência ECCLESIA a difícil tarefa de “conseguir um estágio” num lar de idosos em tempo de pandemia e como a pastoral universitária foi “a porta aberta” que a ajudou no seu percurso académico.
“Foi muito complicado porque os nossos estágios começaram em novembro, altura em que a pandemia tinha um grande pico em Portugal, os hospitais não nos recebiam, os centros de saúde também não tinham como e os lares de idosos estavam com imensos surtos e foi muito complicado”, recorda a finalista de Terapia Ocupacional.
Matilde Tavares contou que, “com muito esforço”, foi possível fazer estágio, em lares de idosos, numa grande incerteza de “não saber o que poderia acontecer no dia a seguir”.
“Tive muito colegas que ficaram infetados no local de estágio, eu tive sorte, apesar de num dos meus estágios ter havido um grande surto; foi um susto, saber que poderia levar o vírus para a minha família, com quem tinha estado ou para os meus colegas de casa em Leiria, e o facto de saber que os meus idosos não estavam bem, acabei por ir lá ajudar na instituição e isso foi um grande abre olhos”, recorda.
A jovem, natural de Torres Novas, na diocese de Santarém, referiu as limitações existentes nos estágios que fez nos lares de idosos, “por todas as adaptações necessárias” e a transformação que a Covid pode trazer, seja “mudanças nas pessoas seja no ambiente de medo ou desespero”.
Apesar do tempo de pandemia a estudante do Instituto Politécnico de Leiria destaca as “superações e aprendizagens” ao longo deste último ano do curso, onde até “o convívio é feito online, nos quadradinhos”.
“A falta do contacto” e, sendo estudante de saúde, a “falta da parte prática” são pontos que marcaram a entrevistada que encontrou na pastoral universitária uma força em tempo difícil.
“Foi uma força enorme, além de pastoral somos uma família, somos jovens que andamos no Politécnico mas que, se não fosse a fé não nos iriamos conhecer, muito menos ser amigos, isto foi uma grande porta que se abriu na minha vida, e que me apoiou quando os medos e as angústias aconteceram, foi o que ajudou todos a mantermo-nos vivos”, aponta.
As «Conversas na Ecclesia» desta semana têm o mote do final de ano letivo, vão percebendo as várias realidades e os efeitos da pandemia, de segunda a sexta-feira, às 17h00 no site ECCLESIA e às 22h45 no programa de rádio da Antena 1.
SN