«Conversas do Silêncio»: O «Amparo» junto das pessoas em luto (c/vídeo)

Márcia Cunha coordena o grupo de acompanhamento na Paróquia de Portimão, Diocese do Algarve

Lisboa, 09 nov 2020 (Ecclesia) – A psicoterapeuta Márcia Cunha, que coordena o grupo de acompanhamento do luto “Amparo”, na paróquia de Portimão, Diocese do Algarve, e disse à Agência ECCLESIA que este grupo serve apoia pessoas diferentes, sem “dores iguais”. 

“Estamos na paróquia da Nossa Senhora do Amparo, e o nome não só está de acordo com a paróquia mas é amparo que a nossa mãe do Ceu nos dá, ela a amparar e o nome vem um pouco da ajuda que as pessoas em luto precisam”, refere.

Foi em 2014 que Márcia Cunha, depois de ter tido “um problema de saúde complicado que lhe limitou a vida”, que “bateu à porta” da paróquia para fundar um grupo de acompanhamento de pessoas em fase de luto, uma iniciativa muito bem acolhida. 

Tive de aprender como ia viver a partir daquele momento, depois de conseguir fazer esse processo comigo senti a necessidade de fazer o mesmo com outras pessoas, que sofriam o mesmo que eu; lembrei-me que a Igreja seria o melhor sítio para falar sobre essa possibilidade e houve logo muita abertura”.

A psicoterapeuta e psicóloga Márcia Cunha lembra que “não deixa de ser na Igreja que as pessoas enlutadas procuram conforto, mesmo que estejam afastadas” e na altura o pároco confessou mesmo ser procurado e “só conseguir dar o apoio espiritual”. 

O grupo “Amparo” iniciou com reuniões mensais em março de 2014, “com pessoas cheias de curiosidade” porque a “morte e o luto eram tabu”.

Márcia Cunha recorda que, a “cada reunião vinha sempre alguém de novo” com quem já lá estava, e as pessoas começavam a sentirem-se à vontade para estar e falar. 

“Tínhamos pessoas que vinham meses e meses sem falar até que há um dia em que pedem para falar, elas têm de sentir a vontade e a confiança para abrirem o coração; a dor é muito própria, muito característica, não há dores iguais para ninguém”, aponta. 

No mês de novembro a Agência ECCLESIA apresenta as ‘Conversas do Silêncio’, publicadas online pelas 17h00 e emitidas no programa Ecclesia, na Antena 1 da rádio pública, pelas 22h45, de segunda a sexta-feira.

SN

 

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