Convento de Balsamão: Centro de culto e cultura

Jornadas culturais lançam um apelo à oração, por novas vocações, num tempo que «não é da cristandade» “Balsamão é um grande centro cultual e cultural”. Com estas palavras D. António Montes Bispo de Bragança-Miranda encerrou o primeiro período de trabalhos das VIII Jornadas Culturais de Balsamão, este ano subordinadas ao tema “Frei Casimiro: Memória e Profecia”, que decorreram no Convento dos Marianos da Imaculada Conceição, em Chacim, Macedo de Cavaleiros. O P. Basileu Pires, Superior da Comunidade, explicou que o objectivo das Jornadas é dar um contributo para o conhecimento da cultura e da história, relativas ao Santuário, à própria Congregação, mas, também, ao Nordeste Transmontano, onde o Convento está inserido. “A dimensão da evangelização da cultura são duas realidades que andam lado a lado. O Evangelho terá de influir na vivência de um povo, e há outras ocasiões em que a própria cultura influi e dá expressão, corpo, às dimensões do Evangelho”, considera. A definição de centro de culto, ou “cultual”, na expressão de D. António Montes, é entendida, pelo responsável da Comunidade, como lugar “de espiritualidade, não só do culto, em sentido estrito, da oração, mas, também, um centro de agregação missionária”. Tratando-se de um espaço de oração privilegiado, o Centro Cultural de Balsamão é requisitado por algumas pessoas que vêm repousar, mas também rezar com os Marianos, quer por iniciativa individual, quer em visitas inseridas no programa anual de retiros e encontros para jovens. “É um espaço de culto, embora nós saibamos que o culto que mais agrada a Deus é a oferta da nossa vida. Mas o espaço de oração também é necessário e Balsamão é um convite a isso, pelo silêncio, pela natureza, que é um convite a louvar a Deus, pela vida do Santuário em si, e pelo nosso programa de retiros”. Contudo, não são muitas as pessoas que usufruem deste espaço. “Já não estamos no tempo da cristandade. Aparecem pequenos grupos entre 15 a 20 jovens adultos. O ano passado apareceu um grupo razoável de 40 adultos. Podemos dizer que é um grupo razoável nos tempos que correm. Temos consciência que somos um fermento, que queremos levedar a massa e, por isso, não desanimamos”, afirma. Neste momento a comunidade tem três padres e mais três irmãos, dois dos quais se estão a preparar para a ordenação sacerdotal. Precisamente no âmbito das Jornadas, o P. Basileu proferiu uma comunicação, subordinada ao tema “Frei Casimiro em Balsamão: “Dia de Frei Casimiro”, ontem e hoje”, que incidiu sobre a presença do fundador dos Marianos em Portugal, e, concretamente, no Convento. “Há dois quadros aqui na nossa comunidade que exprimem muito bem a missão dele aqui em Portugal. Ele aparece sempre com uma planta na mão, com a raiz à mostra, a colocá-la num vaso que tem as cinco chagas e os sete castelos da nossa bandeira, encimados pela coroa da monarquia”, explica. Por último, o orador laçou um desafio à própria comunidade, inspirando-se nas últimas palavras do fundador. “Celebrar a memória do Frei Casimiro é, para nós, colher este testemunho, esta memória de um homem apaixonado por Deus e pela Imaculada Conceição, e, ao mesmo tempo, aceitar o desafio que nos lançou quando disse aos primeiros Marianos: não choreis, a Virgem Maria é Vossa Fundadora e quando eu estiver no Pai, como espero, lá então vos serei mais útil.” O superior da Comunidade remata dizendo que talvez este desafio ainda não tenha sido bem colhido. “O sonho dele era que a congregação se estendesse a todo o mundo. Se calhar podemos dar-lhe muita alegria, recorrendo à intercessão dele. Uma vez que lá nos pode ser mais útil, vamos rezar por intercessão dele para que nos mande novas vocações”, termina.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top