Consistório: Emoção em «dia inesquecível»

Cardeais, diplomatas e conterrâneos acompanharam D. Manuel Monteiro de Castro e homenagearam penitenciário-mor da Santa Sé

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 18 fev 2012 (Ecclesia) – O novo cardeal português, D. Manuel Monteiro de Castro, assumiu hoje a emoção perante um “dia inesquecível”, após o Consistório que decorreu na Basílica de São Pedro, onde recebeu de Bento XVI o barrete e o anel cardinalícios.

O responsável falava durante um encontro com familiares, amigos, conterrâneos e antigos colegas, para além dos cardeais portugueses, D. José Saraiva Martins e D. José Policarpo, e do cardeal Rouco Varela, arcebispo de Madrid, capital espanhola, onde o novo cardeal foi núncio (embaixador da Santa Sé) entre 2000 e 2009.

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, afirmou aos participantes ser “uma honra” contar com um novo cardeal luso na Igreja Católica, sublinhando a “importância do percurso diplomático” de D. Manuel Monteiro de Castro.

Muitos dos presentes quiseram registar o momento com uma fotografia, ao lado do cardeal, que acabou por cantar juntamente com o grupo de escuteiros que veio da sua terra natal.

O penitenciário-mor mostrou-se “contentíssimo” com a representação de portugueses, que incluía cerca de seis dezenas de emigrantes em França, vindos propositadamente de Nice, em autocarro.

“É bonito ver a gente da nossa terra interessada nesta nomeação, que procurarei levar adiante do melhor modo possível, para que Portugal continue a ser bem representado no Vaticano”, disse aos jornalistas.

Muitas destas pessoas acabaram por acompanhar o Consistório desta manhã na Praça de São Pedro, através dos ecrãs gigantes ali colocados, saudando o momento da criação cardinalícia com uma salva de palmas.

O cardeal, que deixou Portugal em 1961, diz manter a sua ligação ao país: “Estou aqui [Vaticano] com muito gosto, mas também teria enorme gosto em ir para a minha terra, como já disse várias vezes”.

Natural de Santa Eufémia de Prazins (Guimarães), o terceiro cardeal português foi ordenado padre em 1961 e bispo em 1985, tendo percorrido países dos cinco continentes ao serviço diplomático da Santa Sé.

Durante as saudações que dirigiu, na cerimónia de homenagem de hoje, este responsável agradeceu o apoio que lhe foi prestado, ao longo da sua carreira, pelas 54 religiosas que o têm acompanhado nos vários países, afirmando que “as mulheres têm qualquer coisa de diferente, que ajuda a avaliar melhor as coisas e a dar mais frutos”.

A este respeito, o prelado comentou as reações suscitadas por passagens de recentes entrevistas a órgãos de comunicação portugueses: “Nunca quis dizer que a mulher deve ficar em casa, o que quis dizer é que a presença da mulher na família tem um valor muito, muito importante para toda a nação, para a Europa que deixou de ter guerras porque tinha uma família muito sólida”.

D. Manuel Monteiro de Castro, de 73 anos, está no Vaticano desde julho de 2009, quando assumiu o cargo de secretário da Congregação para os Bispos, antes de ter sido eleito, em janeiro, para liderar a Penitenciária Apostólica, um dos três tribunais da Cúria Romana.

OC

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