Consistório 2019: Cardeais portugueses destacam papel de D. José Tolentino Mendonça no diálogo com a Cultura

D. Manuel Clemente e D. António Marto estiveram no Vaticano

Foto: Agência ECCLESIA/Arlindo Homem

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 06 out 2019 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Manuel Clemente, disse hoje que o novo cardeal D. José Tolentino Mendonça é uma referência para desenvolver a “vertente estética” da evangelização.

“Temos de ser criativos, não basta fazer apenas como fazíamos, nem basta irmos a locais longínquos, onde o Evangelho nunca foi anunciado, porque nos nossos próximos territórios, falando em nós, Portugal, há muita gente para quem a fé já não é uma coisa viva”, referiu o cardeal-patriarca de Lisboa à Agência ECCLESIA, no Vaticano, onde participou no Consistório de sábado e, esta manhã, na Missa de abertura do Sínodo especial para a Amazónia.

Destacando a importância da “vertente cultural para a nova evangelização”, o presidente da CEP assinalou que a Igreja Católica tem de apresentar o Evangelho com novidade e a sua “beleza”, com “toda a dimensão poética, literária, estética, tudo isso é muito importante hoje”.

O cardeal-patriarca disse ainda que o novo cardeal português será uma figura inspiradora também para a Jornada Mundial da Juventude 2022, em Lisboa, que vai ter “uma vertente estética muito forte”.

“A beleza abre os corações”, defendeu.

D. Manuel Clemente elogiou o trabalho do arquivista e bibliotecário da Santa Sé, que tem conseguido fazer destas instituições “uma realidade viva, porque os livros estão cheios de futuro”.

Foto: Agência ECCLESIA/Arlindo Homem

Já o cardeal D. António Marto, vice-presidente da CEP, manifestou a sua alegria pela criação cardinalícia de um “amigo”.

“É um momento de grande alegria, grande regozijo, para a Igreja em Portugal e para o país, porque é uma pessoa de referência, singular, quer ao nível cultural, pelo seu diálogo com a cultura, pela sua inserção no âmbito da literatura em Portugal”, afirmou o bispo da Diocese de Leiria-Fátima.

Para este responsável, D. José Tolentino Mendonça é “uma pessoa de referência também no âmbito eclesial, pela sua reflexão teológica, espiritual”.

“Alguns dos seus livros, penso eu, irão tornar-se clássicos de espiritualidade”, acrescentou.

D. José Tolentino Mendonça foi criado cardeal-diácono, recebendo a igreja de São Domingos e Sisto, este sábado, pelo Papa Francisco.

O novo cardeal nasceu em Machico (Arquipélago da Madeira) em 1965, tendo sido ordenado padre em 1990 e bispo a 28 de julho de 2018; foi reitor do Pontifício Colégio Português, em Roma, diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa e diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, da Igreja Católica em Portugal.

A 26 de junho de 2018, o Papa nomeou-o como arquivista do Arquivo Secreto do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica, elevando-o à dignidade de arcebispo.

D. José Tolentino Mendonça junta-se assim a D. José Saraiva Martins, D. Manuel Monteiro de Castro (ambos com mais de 80 anos), D. Manuel Clemente e D. António Marto no Colégio Cardinalício.

O primeiro madeirense no Colégio Cardinalício foi D. Teodósio Gouveia, natural de São Jorge, Santana; o arcebispo da então Lourenço Marques (Moçambique), foi criado cardeal por Pio XII, no consistório de 18 de fevereiro de 1946.

OC

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