Consistório 2017: Festa em tons de vermelho regressa ao Vaticano

Papa preside à quarta celebração para criação de cardeais no seu pontificado

Cidade do Vaticano, 28 jun 2017 (Ecclesia) – O Vaticano veste-se hoje em tons de vermelho para a celebração, em latim, do consistório público para a criação de 5 cardeais, a quarta celebração do género no pontificado de Francisco.

O rito de entrega do barrete e do anel decorre na Basílica de São Pedro, a partir das 16h00 (hora local, menos uma em Lisboa), refere o Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.

Os novos cardeais são D. Jean Zerbo, arcebispo de Bamaco, Mali; D. Juan José Omella, arcebispo de Barcelona, Espanha; D. Anders Arborelius, bispo de Estocolmo, Suécia; D. Louis-Marie Ling Mangkhanekhoun, vigário apostólico de Paksé, Laos; e D. Gregório Rosa Chávez, bispo auxiliar da Diocese de San Salvador, El Salvador, amigo e colaborador de D. Óscar Romero.

A celebração começa com um momento de oração em silêncio, do Papa, diante do altar da Confissão, sobre o túmulo do apóstolo São Pedro, seguindo-se a saudação em nome dos novos cardeais, antes de uma oração proferida por Francisco, a leitura do Evangelho e a homilia.

Após esta intervenção, Francisco lê a fórmula de criação e proclama em latim os nomes dos cardeais, para os unir com “um vínculo mais estreito” à sua missão.

Depois tem lugar a profissão de fé e o juramento dos novos cardeais, de fidelidade e obediência ao Papa e seus sucessores.

Cada um dos novos cardeais ajoelha-se, depois, para receber o barrete cardinalício, de acordo com a ordem de criação.

Este símbolo recorda, pela sua cor, a necessidade de cada cardeal estar disposto a chegar “até à efusão do sangue, pelo incremento da fé cristã, da paz e do bem do povo cristão”.

Francisco entrega ainda um anel aos cardeais para que se “reforce o amor pela Igreja”, seguindo-se a atribuição a cada cardeal uma igreja de Roma – que simboliza a “participação na solicitude pastoral do Papa” na cidade -, bem como a entrega da bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.

Cada cardeal é inserido na respetiva ordem (episcopal, presbiteral ou diaconal), uma tradição que remonta aos tempos das primeiras comunidades cristãs de Roma, em que os cardeais eram bispos das igrejas criadas à volta da cidade (suburbicárias) ou representavam os párocos e os diáconos das igrejas locais.

O consistório para a criação de cardeais é uma cerimónia que se desenvolveu ao longo dos séculos, dando origem a um cerimonial próprio, que é hoje público.

Ao longo de centenas de anos, o anúncio era feito num consistório secreto, no qual o Papa anunciava o nome dos novos cardeais, que recebiam depois um “bilhete” com essa nomeação.

Após o Concílio Vaticano II (1962-1965), o consistório foi sendo sucessivamente simplificado até à fórmula atual, aprovada pelo Papa Bento XVI em 2012, que unificou o rito de entrega do barrete e do anel cardinalícios.

OC

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