Conselho Presbiteral da Diocese de Aveiro

1 – Introdução O Conselho de Presbíteros da Diocese de Aveiro reuniu, a primeira vez sob a presidência de D. António Francisco dos Santos, no dia 29 de Maio, na Casa Diocesana de Nossa Senhora do Socorro, em Albergaria-a-Velha. Entoado o Veni Creator e recitada a Hora intermédia, procedeu-se à verificação de presenças e leitura da Acta da reunião anterior. Na saudação inicial, o Bispo da Diocese justificou a problemática prioritária a ser reflectida: Vocação, Formação e Ministério dos Presbíteros, colhendo na Pastores Dabo Vobis a inspiração das suas afirmações. Ainda que estivéssemos em tempo de “abundância vocacional”, o tema seria o mesmo, já que é da responsabilidade episcopal desenvolver esforços no sentido de fazer discípulos que se tornem apóstolos, adequados a cada tempo e lugar. A vocação ministerial realiza-se na alegria de se ser chamado e na coragem de chamar. Vocação realizada implica, portanto, vocação acompanhada daqueles que hão-de perpetuar o ministério. Daí que o presbítero seja o mediador por excelência do chamamento. Se bem que a pastoral ou é toda ela vocacional ou não é pastoral. E assim, para o Seminário – espaço privilegiado da pastoral vocacional – convergem preocupações e dedicação de família, paróquias e movimentos. 2 – Pastoral Juvenil e Pastoral Vocacional A situação presente – convergência de Pastoral Juvenil e Pastoral Vocacional – é resultado de alguns factores: a necessidade de se implementar uma pastoral vocacional consistente, a urgência de preencher a lacuna resultante de da falta de Secretário Diocesano de Pastoral, a especial oportunidade de uma vertente vocacional na pastoral juvenil, a urgência de itinerários espirituais para jovens de conteúdo e dinâmica vocacional. A pastoral vocacional que aqui nos ocupa é da vocação ao ministério ordenado. Deve, por isso, estar em estreita ligação com o Seminário, com uma Equipa do Seminário renovada, a qual, por sua vez, terá o encargo de fazer a cobertura de todas as formas de despertar e acompanhamento vocacional. Sendo a pastoral vocacional transversal, deve ter autonomia, para uma irradiação aos diversos sectores, nomeadamente à pastoral familiar, à catequese, à pastoral juvenil, aos movimentos e obras. Retomar as decisões concernentes do II Sínodo de Aveiro é um caminho desejável, sobretudo no desenvolvimento de uma estrutura e formação específica na área vocacional – formação específica de algum presbítero, equipas vocacionais a diversos níveis… Tenha-se em conta que, por circunstâncias culturais, hoje as decisões vocacionais são cada vez mais tardias. Mas a sua preparação – dadas as aliciantes que a nossa cultura oferece – tem de ser cada vez mais precoce. Isto implicará uma atenção especial à família e à escola, por via da EMRC, dos professores católicos, da escola católica. É fundamental dar lugar ao Espírito, reconhecendo a teologia do laicado, a participação activa dos leigos na vida eclesial, o crescente papel vocacional das Comunidades – porventura a sua crise é uma forte causa da crise de vocações. E olhar o futuro com audácia, determinação e esperança. 3 – Formação dos Presbíteros Tudo o que fica dito leva a pensar que não é de excluir a possibilidade de coexistir o Seminário com o Pré-Seminário, pelo que o Seminário de Santa Joana poderá ponderar a possibilidade de abrir as portas a partir do 7.º ano e não do 9.º ano. Um esforço de aproximação dos seminaristas da Diocese passará, por exemplo, por um Ano Propedêutico a ocorrer na própria Diocese, como um tempo de oração e reflexão, de inserção na Diocese: na história, na pastoral, na vida… Quanto ao Seminário, importa garantir uma situação mais estável e integradora, que proporcione aos jovens seminaristas de Aveiro uma experiência “identidade” comunitária, em relação com a fisionomia própria da Diocese. Onde e como?… Poderão ser várias as hipóteses, sendo Aveiro uma das possibilidades, com deslocação ao Porto para as aulas. Sempre será desejável uma solução de sólida formação teológica. A concentração de Escolas pode favorecer a qualidade. O Processo de Bolonha levanta questões, que devem ser equacionadas na perspectiva de uma séria preparação teológica, indissociável de uma maturidade espiritual consistente. Os graus académicos não são tudo; mas podem ser um estímulo. O tempo de estágio poderia ainda ser uma ocasião de aprofundamento, se possível fora do País. 4 – Ministério e Vida dos Sacerdotes A Formação Permanente deve ter um carácter obrigatório, com turnos alternativos, se possível fora da Diocese, sempre com uma programação em vista à actualização e feita por gente de qualidade. As pós-graduações são desejáveis, com um planeamento que cubra as necessidades formativas da Diocese, seja dos Presbíteros e Diáconos, seja dos ministérios laicais e dos leigos em geral. A Escola Diocesana urge que seja repensada em plano integrado destas preocupações. As Unidades Pastorais têm de ser muito bem pensadas. Não basta agregar paróquias e designar pessoas. É importante estudar as proximidades territoriais, as fisionomias pastorais desses territórios, as pessoas adequadas a tais realidades e harmonizáveis entre si. Isto reclama um processo de nomeações muito mais dialogado, ouvidas também instâncias laicais das Unidades em projecto. Privilegiar as formas de vida comunitária em diversos graus é um caminho de apoio sacerdotal mútuo. E abre caminho para uma actuação pastoral concertada. O Estatuto Económico do Clero deve ser adaptado a um redobrado zelo pelos sacerdotes idosos e doentes e pessoas acompanhantes. Uma residência sacerdotal, com abertura e espaço de contacto de gerações é importante. O Conselho apoia o proposto aumento salarial e sugere que se retome a ideia de o indexar à inflacção. Isto implica também um trabalho de formação com os Conselhos Económicos Paroquiais. 5 – Outros assuntos A revisão do ano apostólico sublinhou os aspectos positivos do trabalho proposto pelo Secretariado Diocesano da Família. Se o resultado final não foi o sonhado, uma coisa é certa: as preocupações com a Família e respectiva pastoral vieram para primeiro plano na preocupação de muitos. Urge continuar o esforço. A programação do novo Ano Pastoral foi protelada para o Conselho de Arciprestes, a realizar em 16 de Julho próximo.

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